Envergonhado, Eike pede R$ 1 bi ao FGTS e esconde

247 – Eike Batista decidiu servir de exemplo aos empreendedores do país. Nesta segunda-feira, o bilionário lança, no Rio de Janeiro, o livro “O X da questão – A trajetória do maior empreendedor do Brasil”. A obra, escrita por seu assessor de imprensa Roberto D´Ávila, é publicada pela editora Sextante e traz lições de empreendedorismo, no bom e velho estilo autoajuda. Mas o oitavo homem mais rico do mundo, dono de mais de US$ 30 bilhões, não deve revelar todas suas táticas no livro.

Uma delas, pelo menos, o empresário preferiu omitir ao 247, ao menos enquanto for possível. A LLX, empresa do grupo EBX, pediu R$ 1 bilhão ao FI-FGTS, o fundo de investimento do FGTS, mas, questionada sobre o assunto, a empresa se limitou a responder que “A LLX não contratou nenhum financiamento com o FI-FGTS”. De fato não contratou, ainda. A empresa não só quer o dinheiro como está em vias de consegui-lo – falta a análise de apenas um conselho para o recurso ser liberado.

A proposta de investimento, datada de setembro desde ano, é bem clara quanto ao pedido: "O investimento proposto consistirá na aquisição de debêntures simples, não conversíveis em ações, em um montante de até R$ 1 bilhão, pelo prazo total de até 15 anos, para o qual haverá até três anos de carência dos juros".

As ações da LLX, responsável por construir o Porto de Açu, no Rio de Janeiro, caíram 37% em 2011 – bem acima da queda do índice Bovespa, de 16,9%. O socorro virá em boa hora, ainda mais por ser subsidiado, e o investimento do FI-FGTS vem sendo pleiteado por outros grandes grupos do país, entre eles a Odebrecht, como o Brasil 247 revelou em série de reportagens.

Se todo mundo faz o pedido e a LLX precisa, por que Eike pelo menos não admite que pediu a ajuda? A revelação da proposta de investimento prejudicaria a imagem de empreendedor de sucesso pintada no livro lançado nesta segunda-feira? Seria esse o verdadeiro X da questão?