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Economia

Estadão agora sugere arrocho salarial

Um dia depois de insinuar que o povo brasileiro é burro, por aprovar a presidente Dilma Rousseff, o jornal de Francisco Mesquita Neto agora defende reajustes menores para os trabalhadores, como instrumento de combate à inflação

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247 - Na edição de ontem, o jornal Estado de S. Paulo, comandado por Francisco Mesquita Neto, contestou a alta popularidade da presidente Dilma (leia mais aqui). Nesta sexta, o jornal prega o arrocho salarial como forma de combate à inflação. Leia abaixo:

Economia fraca e ajustes salariais generosos

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Em 2012, a economia brasileira cresceu apenas 0,9% e a inflação medida pelo INPC foi de 6,2%, mas houve reajustes salariais reais em 94,6% das 704 negociações realizadas entre empresas e trabalhadores, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). É uma contradição - em tese, uma economia em queda não deveria ser acompanhada de salários em alta -, e não há uma explicação isolada para o fato.

O porcentual de reajustes salariais que superou o INPC foi o mais elevado em 17 anos. Na média, a correção superou a inflação em 1,96%, mas em 4,4% dos acordos o ganho real foi superior a 5%. Em mais de 62% os reajustes reais oscilaram entre 1% e 3%.

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Na indústria, o resultado foi ainda mais paradoxal, pois o produto do setor caiu 2,5%, enquanto os reajustes reais foram registrados em 97,5% das negociações e atingiram, em média, 2,04%. Na construção civil, o aumento real médio foi de 3,17%.

Do ponto de vista dos trabalhadores, há motivos para comemorar. E, em alguns setores, onde o comportamento das atividades foi satisfatório, os reajustes não causam surpresa - caso da área automobilística.

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Cabe, porém, buscar outras razões para os reajustes, a começar da escassez de mão de obra de qualidade, agravada pela fragilidade da educação formal e a introdução de novos processos produtivos, com tecnologia avançada. É notória a falta de profissionais de exatas, como engenheiros.

Outra é a mudança na composição do Produto Interno Bruto (PIB), cada vez mais dependente do setor de serviços, influenciado pela melhor distribuição de renda e a ascensão de dezenas de milhões de pessoas à classe média. A mobilidade social em curso desafia as empresas e a oferta de mão de obra. Além disso, muitos profissionais dão preferência a trabalhar no Estado e nas estatais, onde a remuneração é elevada e a estabilidade é a regra. O crescimento do aparelho do Estado estimula essa tendência.

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Também parece crescer o número de trabalhadores formais que se transformam em pequenos empresários, uma questão ainda em estudos no âmbito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Salários reais em alta deverão significar um aumento do peso do trabalho na renda nacional e impulsionar o consumo, contribuindo para a atividade econômica. Esses são fatos positivos, mas alguns técnicos enfatizaram que os reajustes reais foram estimulados pela inflação e o salário mínimo. Ocorre que a inflação é doença para a maioria da população.

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