Ex-chefe da Pirelli é condenado a prisão por espionar Dantas
Justiça italiana condena Marco Tronchetti Provera, ex-presidente da Pirelli e da Telecom Italia a vinte meses de cadeia e multa de 900 mil euros. O motivo: em 2004, na guerra pelo comando da Brasil Telecom, que era administrada pelo banqueiro Daniel Dantas, ele montou um esquema de espionagem ilegal que deu origem à operação Chacal; anos depois, veio a Satiagraha. Denúncia do Ministério Público de Milão apura o destino de 10 milhões de euros que a Telecom Italia teria usado para corromper agentes públicos no Brasil
247 - A polêmica Operação Chacal, deflagrada pela Polícia Federal em 2004, contra o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, começa a ter sua origem desvendada na Itália. Lá, o ex-presidente da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, acaba de ser condenado a vinte meses de prisão e ao pagamento de uma multa de 900 mil euros por ter montado um esquema de espionagem ilegal e clandestina contra o banqueiro Daniel Dantas. Com os dados obtidos, a Telecom Italia conseguiu fazer com que a Polícia Federal deflagrasse a Operação Chacal, que, anos depois, deu origem à também polêmica Operação Satiagraha. De acordo com o Ministério Público de Milão, 10 milhões de euros teriam sido usados pela empresa para corromper agentes públicos no Brasil.
Leia, abaixo, a notícia do portal Consultor Jurídico sobre a condenação de Tronchetti Provera, um dos empresários mais poderosos da Itália:
Presidente da Pirelli é condenado por espionagem empresarial
Do Conjur - A Justiça italiana condenou nesta quarta-feira (17/7) o empresário Marco Tronchetti Provera, presidente da holding Pirelli, antiga controladora da operadora de telefonia Telecom Italia. Segundo informações do jornal italiano Corriere Della Sera, a pena ficou em um ano e oito meses de prisão pelo crime de furto de dados. Ele também já havia sido condenado ao pagamento de 900 mil euros aos acionistas da Telecom Italia por danos materiais. Ele responderá em liberdade.
Provera foi responsabilizado por crimes cometidos por funcionários da Telecom Italia por um grande plano de espinagem montado pela empresa para bisbilhotar concorrentes em vários paises, incluindo o Brasil. Em fevereiro deste ano, um tribunal de Milão, onde corre o caso, condenou sete arapongas contratados pela Telecom Italia para espionar as atividades do banco Opportunity e seu dono, Daniel Dantas, que disputava com a Telecom Italia o controle da operadora de telefonia Brasil Telecom. É a história que ficou conhecida como caso Kroll.
A Justiça italiana investiga o destino de 120 milhões de euros que foram retirados do orçamento Telecom Italia e aplicados em operações ilegais da companhia em vários países. A denúncia do Ministério Público em Milão afirma que 10 milhões de euros foram enviados ao Brasil com o objetivo de tirar Dantas e seu banco do controle da Brasil Telecom, empresa que tinha como acionistas, além do Opportunity, a própria Telecom Italia, o Citibank e fundos de pensão de grandes estatais brasileiras.
Sabendo que era alvo da ação de espionagem pela Telecom Italia, Daniel Dantas contratou a empresa de investigações privadas Kroll. Essa contratação, no Brasil, foi alvo da operação chacal, da Polícia Federal, que acusa Dantas de espionar a companhia italiana e também autoridades do governo federal durante o primeiro mandato de Luís Inácio Lula da Silva na presidência da República. Na Itália, o caso se inverteu: a Telecom Italia é acusada de desvio de dinheiro para espíonar o banqueiro brasileiro e tirá-lo do controle da BrT.
A decisão desta terça responsabiliza Provera pelo furto de informações sigilosas que os espiões condenados em fevereiro furtaram do Opportunity. A condenação do início do ano é por formação de quadrilha, invasão de sistema de informática e divulgação de informações sigilosas relacionadas a segredos de Estado. A conta feita pela Justiça italiana é que a Telecom Italia seguiu de perto os passos do controlador de uma empresa estatal que estava em vias de ser privatizada e teve acesso privilegiado a detalhes do negócio.
Procurados pelo Corriere Della Sera, os advogados de Tronchetti Provera disseram não conhecer ainda os termos da condenação, mas garantiram que recorrerão. Eles consideram a hipótese de responsabilizar o presidente da Pirelli “inexplicável”. E também afirmaram que “é preciso verificar porque a sentença não reconhece a fragilidade da acusação e, sem fundamentar, joga sombras sobre pessoas e empresas envolvidas”.
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