FMI aumenta projeção do PIB global e minimiza choque tarifário gerado por Trump

247 - O Fundo Monetário Internacional aumentou sua previsão de crescimento global para 2025 nesta terça-feira (14) já que os choques tarifários e as condições financeiras se mostraram mais benignos do que o esperado, informou a agência Reuters, citando o relatório Perspectiva Econômica Global.

O FMI agora prevê um crescimento real do PIB global de 3,2% em 2025, acima da previsão de julho, de 3,0% e também da estimativa de 2,8%, de abril, após Washington impor tarifas "recíprocas" globais e uma escalada de retaliação com a China. A previsão é de um crescimento global de 3,1% em 2026, inalterado em relação a julho.

A entidade alertou, contudo, que uma nova guerra comercial entre os Estados Unidos, desencadeada pelo presidente Donald Trump, e China, pode reduzir a produção global significativamente.

Diplomacia em efeito

O FMI disse em seu relatório que acordos comerciais recentes entre os EUA e algumas das principais economias evitaram o pior das tarifas, com pouca retaliação, o que motivou sua segunda revisão para cima do crescimento desde abril.

Além de tarifas menores que o esperado, a produção global foi sustentada por um setor privado "ágil" que antecipou as importações e redirecionou rapidamente as cadeias de oferta, pelo dólar mais fraco, estímulo fiscal na Europa e na China e um boom de investimentos em Inteligência Artificial (IA), disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, conforme a reportagem da Reuters.

"Então, em suma: não tão ruim quanto temíamos, mas pior do que prevíamos há um ano e pior do que precisamos", disse ele antes do início das reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial nesta semana.

Crescimento ao redor do mundo

Segundo as previsões básicas do FMI, a perspectiva para os EUA permanece resiliente, com crescimento de 2,0% em 2025, uma ligeira melhora em relação à previsão de 1,9% em julho. O FMI prevê um crescimento do PIB dos EUA de 2,1% em 2026, também uma ligeira melhora em relação a julho, mas bem abaixo da taxa de crescimento dos EUA de 2,8% em 2024.

A expansão da zona do euro também melhorou um pouco nas previsões do FMI, de 1,0% em julho para 1,2%, devido à expansão fiscal na Alemanha e ao forte impulso contínuo na Espanha.

O FMI manteve suas previsões de crescimento da China em 4,8% para 2025 considerando que o aumento das exportações provavelmente é insustentável, e em 4,2% para 2026.

O FMI elevou sua previsão de crescimento para 2025 na América Latina e no Caribe de 2,2% em julho para 2,4%, principalmente devido a uma elevação de 0,8 ponto percentual para o México, a segunda maior economia da região, para 1,0% em 2025.

O FMI manteve sua previsão de inflação global praticamente inalterada em 4,2% para 2025 e 3,7% para 2026, mas disse que houve divergência entre os países, com as previsões de inflação aumentando nos EUA uma vez que as empresas que adiaram o aumento de preços começarão a repassar os custos das tarifas aos consumidores.