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Economia

Fracassa o maior IPO do Brasil em 2011

Na vspera da sua estreia na bolsa de valores, Copersucar alega falta de condies ideais de mercado e frustra investidores; tenso nos mercados internacionais levou a empresa e os bancos de investimento a pedir adiamento de 60 dias para a operao; Obama ainda no sabe se os EUA conseguiro fugir do calote

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247_A abertura de capital da Copersucar (IPO, na sigla em inglês) tinha tudo para ser a maior captação de uma empresa na bolsa de valores desde o banco Santander, que alcançou R$ 13,2 bilhões na sua estreia em 2009. Pelos cálculos dos bancos de investimento Itaú BBA, Bank of America Merrill Lynch, Credit Suisse e Goldman Sachs, coordenadores da oferta, a Copersucar tinha potencial para atingir R$ 2,7 bilhões. Maior exportadora de açúcar do mercado brasileiro, a empresa comercializou 5,2 milhões de toneladas de açúcar, ou 10% do mercado mundial de livre comércio. Mas, nesta quarta-feira 20, a companhia decidiu interromper por 60 dias sua oferta de ações.

Marcado para amanhã, quinta-feira 21, na BM&FBovespa, o IPO da Copersucar vinha patinando desde a semana passada. Com o Ibovespa em queda de 5,3% em julho, pessoas próximas à operação diziam, a todo o momento, que o cenário atual era ideal para o fracasso: as bolsas mundiais estão despencando aqui e lá fora, os investidores estão correndo do risco e as atenções estão concentradas nas delicadas situações dos Estados Unidos e da Europa. Adiar seria melhor do que fracassar. “A interrupção da oferta pública de ações ordinárias pelo prazo de 60 dias ocorre pela atual conjuntura de mercado desfavorável à realização neste momento”, diz o comunicado encaminhado pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Todos os investidores que fizeram reservas de ações terão os pedidos cancelados e o dinheiro devolvido.

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O fracasso do maior IPO do Brasil em 2011 mostra que a situação dos mercados mundiais é delicada. Na semana passada, os bancos europeus conheceram os resultados do teste de estresse, o que foi desapontador. Oito teriam sérios problemas em caso de recessão prolongada e foram aconselhados a captar mais de 2,5 bilhões de euros (R$ 5,5 bilhões). Outros 16 apareceram muito próximos ao limite estabelecido pelo Banco Central Europeu e precisam ficar atentos a qualquer crise. Com a situação de socorro à Grécia ainda indefinida, a Itália discutindo reformas para evitar o contágio econômico e a Espanha com o desemprego em alta, não se sabe se essas instituições financeiras terão facilidade em encontrar dinheiro e passar sem sustos por uma fase de dificuldade.

Mais preocupante, porém, é a urgência na decisão sobre o aumento do teto do endividamento dos Estados Unidos, que hoje está em US$ 14,3 trilhões. A 13 dias da data limite para o pagamento das dívidas, a discussão tem chamado a atenção pelos interesses políticos de Democratas e Republicanos. O presidente Barack Obama chamou a atenção dos parlamentares de que essa não pode ser uma disputa bipartidária e que o tempo limite estava se esgotando. Diariamente, Obama tem feito discursos para tentar acalmar os mercados mundiais sobre um possível calote americano. Ontem, o presidente afirmou que um passo significativo foi dado pelo “Grupo dos Seis”, ou seja, líderes dos dois partidos no Senado, que propuseram uma redução de US$ 3,7 trilhões no déficit público do país. As bolsas mundiais gostaram e fecharam a terça-feira em alta. Mas foi apenas um dia. E o desafio no curto prazo é não arriscar, como fez a Copersucar.

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