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      Fusão da Embraer com a Boeing é alvo de críticas em audiência no Senado

      Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado realizou audiência pública para discutir a possível fusão entre a brasileira Embraer e a norte-americana Boeing; vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Herbert Claros, pediu que o governo atue em favor do Brasil e exerça seu poder de veto diante da negociação; segundo ele, por meio de financiamentos do BNDES, medidas de isenção de folha de pagamento e outros incentivos, o governo brasileiro contribuiu com cerca de US$ 24 bilhões com a Embraer nos últimos oito anos e "não faz sentido querer vender por US$ 6 bilhões"

      Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado realizou audiência pública para discutir a possível fusão entre a brasileira Embraer e a norte-americana Boeing; vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Herbert Claros, pediu que o governo atue em favor do Brasil e exerça seu poder de veto diante da negociação; segundo ele, por meio de financiamentos do BNDES, medidas de isenção de folha de pagamento e outros incentivos, o governo brasileiro contribuiu com cerca de US$ 24 bilhões com a Embraer nos últimos oito anos e "não faz sentido querer vender por US$ 6 bilhões" (Foto: Paulo Emílio)
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      Sputnik - A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado realizou audiência pública nesta segunda-feira (2), para discutir a possível fusão entre a brasileira Embraer e a norte-americana Boeing, informou Agência Senado.

      O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), Herbert Claros, pediu que o governo atue em favor do Brasil e exerça seu poder de veto diante da negociação. A venda da Embraer pode gerar riscos para os empregos dos funcionários da empresa e também para a segurança nacional, alegou Claros.

      Por meio de financiamentos do BNDES, medidas de isenção de folha de pagamento e outros incentivos, o governo brasileiro contribuiu com cerca de US$ 24 bilhões com a Embraer nos últimos oito anos, explicou o ele.

      "Não faz sentido querer vender por US$ 6 bilhões. Temos todo os motivos para dizer que essa empresa tem que ser brasileira", afirmou o sindicalista.

      Já o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu (SP), Fabiano Roque, alegou que os funcionários e a sociedade precisam saber mais sobre a possível compra da Embraer. Ele destacou que a decisão pode afetar os cerca de 18 mil funcionários.

      "Os empregados estão inseguros porque não sabem nada sobre essa negociação. Para eles decidirem, a longo prazo, levar nossa tecnologia para os Estados Unidos e fechar as portas daqui será muito fácil. Não vemos futuro nenhum nessa compra" declarou Roque.

      A audiência foi uma iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS). CDH também enviou convites para a Embraer os ministérios da Defesa, da Casa Civil e da Ciência e Tecnologia. Os ministérios e a empresa, no entanto, não enviaram representantes.

      De todo modo, um documento será elaborado pela comissão, a ser entregue para os envolvidos nas negociações.

      "Eles não vieram ouvir, mas vão ter que ler", disse Paim, citado pela Agência Senado.

      Imagem do modelo E195-E2, da mais nova geração da empresa brasileira de aviação Embraer
      © FOTO: DIVULGAÇÃO / FACEBOOK EMBRAER
      Perto de ser negociada com a Boeing, Embraer teve lucro de R$ 795,8 milhões no ano passado
      A Embraer foi criada como empresa de economia mista — com a participação estatal e privada — durante o regime militar, em 1969. O controle da companhia, entretanto, era estatal. A situação mudou em 1994, quando a Embraer foi privatizada em leilão por R$ 154,2 milhões, em valores não corrigidos. Suas ações são vendidas na bolsa de valores de São Paulo e Nova York. Mas não há nenhum acionista majoritário, de modo que as decisões passam pela Assembleia Geral da empresa.
      Ainda que não seja mais o controlador da Embraer, o Governo Federal segue relevante porque detém a chamada "Golden Share", ou ação de classe especial. Com ela, o Palácio do Planalto pode vetar alterações na Embraer em sete casos, como transferência do controle acionário e possíveis negócios que comprometam os programas militares do Brasil.

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