Gol cai 21% na Bovespa e perde 51% no ano

247_A grande surpresa da bolsa brasileira nesta sexta-feira foi o desempenho da ação da Gol. O papel GOLL4 acumula perdas de 21,6%, um tombo para assustar os investidores. É a pior queda em quase três anos no mercado brasileiro de capitais, que custou a redução de R$ 790 milhões no valores de mercado. No ano, a queda da ação é de 51,7%. Os motivos para tamanha penalização foi a revisão dos resultados operacionais neste ano, ou seja, o novo guidance (orientação) apresentado pela empresa ao mercado. Mudar a expectativa não é um fato incomum para companhias listadas na bolsa, ainda mais para setores como os de aviação que são muito sensíveis aos problemas econômicos. Mas a Gol reduziu bruscamente seus números, o que fez seu desempenho realizar um pouso de emergência.

De acordo com o comunicado distribuído ao mercado, a Gol diminuiu a projeção para a margem operacional, de uma faixa que variava entre 6,5% e 10% para 1% e 4%. A revisão levou em conta os preços mais elevados dos combustíveis, que responderam por 40% do total de custos no primeiro semestre. Embora tenha elevado sua previsão de crescimento da demanda doméstica de 10% a 15% para 12% a 18%, a expansão na oferta de assentos no mercado cresceu 14,4% no primeiro semestre do ano. "A companhia adotou uma estratégia prudente em termos de adição de capacidade", afirmou a empresa. A Gol também encerrará suas operações de voos fretados com as seis aeronaves Boeing 767, o que gerou despesas extraordinárias com a devolução antecipada de três aviões.

Após a revisão da orientação de desempenho, os principais analistas da Gol cortaram suas recomendações para a ação. O Credit Suisse posicionou o papel como neutro, mesma decisão do Bank of America. O BTG Pactual mudou a indicação de compra para venda, atitude que a Planner também sugeriu aos acionistas. Os resultados do segundo trimestre da companhia aérea serão apresentados em 11 de agosto.