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Economia

Governo incisivo

A intervenção na economia através de um incisivo corte nos impostos reitera que o governo Dilma tem um perfil mais intervencionista, que tende ao desenvolvimentismo e que capitaliza algumas ações sob a égide da presidente

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Em mais uma semana em que a pauta da economia internacional esteve em nossos noticiários, o governo federal estabeleceu medidas de apoio e ampliação do potencial consumidor brasileiro para que ocorra enfim o real destravamento do consumo, pelo menos no que se refere ao setor automotivo.

Em mais um capítulo da estratégia macroeconômica, o governo incentivou novamente a compra de veículos e desonerou carros novos, principalmente os 1.0, com perfil mais popular e alto volume de vendas.

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A reação foi direta: concessionárias começaram a receber os clientes ávidos pelos preços mais baixos. A idéia inicial do governo seria uma queda de quase 10% no preço final dos veículos, fato que, na maioria dos casos, não ocorreu.

A intervenção na economia através de um incisivo corte nos impostos reitera o que já estávamos discutindo: o governo Dilma Rousseff tem um perfil mais intervencionista, que tende ao desenvolvimentismo e que capitaliza algumas ações sob a égide da presidenta e de sua popularidade.

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Logo, este governo aceita, ou melhor, tolera a iniciativa privada em certos projetos de infraestrutura e por isso ganha pontos com o mercado e opinião pública, demonstrando sensatez nas tomadas de decisões importantes e desprendimento político, leia-se, com a máquina pública e populismo.

A cadeia automotiva já deu em outros momentos o sinal de que é extremamente sensível as medidas de desoneração fiscal. Outra variável que complementa esta equação de resposta do setor automotivo é o crédito, que vem sendo atacado por diversos flancos a fim de garantir melhoria das taxas de juros a todos os consumidores e ampliação da base de tomadores.

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O movimento de redução dos preços dos carros não traria efeito se não tivesse o apoio na tomada de empréstimo. Fato este simples de se comprovar: a cada 10 carros vendidos, cerca de 7 são financiados, tendo variações de acordo a cada região do país.

Uma comprovação de como os bancos estão sentindo a redução dos juros é a entrevista concedida por Roberto Setubal à edição de maio da revista Você S/A, da Editora Abril. Em um trecho da entrevista, Setubal cita que "os juros irão baixar, na medida do que é possível, porém, o banco tem outros custos além dos de captação". Além disso, ele evidencia que o maior fiel da redução das taxas será o mercado.

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Ou seja, o mercado bancário entendeu a mensagem enviada pelo governo federal de que irá sim cobrar medidas de expansão e barateamento do crédito, levando nosso nível monetário a um patamar mais próximo ao resto do mundo.

Acanhados pela redução do spread bancário, os bancos já responderam subindo e tarifando alguns serviços para que consigam reduzir os "prejuízos" com a nova onda de redução do crédito. O governo já respondeu que fiscalizará os aumentos abusivos. Cabe a nós, como clientes, exercer nossa preferência e premiar aqueles com melhores tarifas e serviços.

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Além da ação de desoneração do governo sobre a cadeia automotiva, é preciso não nos esquecer que os nossos maiores desafios de estrutura rodoviária, aeroviária e portuária estão ainda ao relento.

A demanda por uma economia mais eficiente não vem de hoje, e relata exatamente os nossos gargalos. Possuímos um bom nível de trabalhadores, com uma população jovem, com futuro educacional mais forte e uma consciência socioeconômica muita mais sólida que em outros tempos.

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Temos ainda uma economia sem fronteiras econômicas, que rompe as amarras restritivas da geografia e suas proximidades cartográficas.

Enfim, o governo federal vem implementando sua estratégia macroeconômica de forma progressiva, ampliando suas ações via movimentos incisivos e diretos na economia. Espero que a condução ocorra de forma sólida e consciente como vem sendo feito, mesmo que alguns indicadores comecem a chamar a atenção em alguns momentos, como é o caso dos níveis inflacionários.

O ideal é estabelecer a estratégia e cumpri-la. Parece que o governo tem traçado como será a condução do caminho até que se atinja a meta proposta. Muitas variáveis poderão influenciar o resultado, mas todos esperam que a resposta na economia brasileira seja positiva.

Antônio Teodoro é economista e professor

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