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Grillo defende referendo sobre o euro

Comediante que se tornou líder do maior partido político da Itália defende consulta online à população sobre a permanência ou não do país na moeda comum; parece piada, mas, no fundo, ele tem razão

Grillo defende referendo sobre o euro

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ROMA, 3 Mar (Reuters) - O comediante Beppe Grilo, líder do Movimento 5 Estrelas, que se tornou o maior partido político na Itália após uma eleição sem vencedor claro, disse que quer uma votação online sobre a permanência da Itália no euro, segundo entrevista a uma revista alemã publicada neste domingo.

"Eu sou um grande defensor da Europa. Eu sou a favor de um referendo online sobre o euro", disse Grillo à revista Bild am Sonntag.

Tal voto não seria juridicamente vinculativo na Itália, onde referendos só podem ser usados para revogar leis ou partes de leis, mas teria peso político. Grillo disse no passado que a adesão ao euro deve ser decidida pelo povo italiano.

A espetacular ascensão do Movimento 5 Estrelas (M5S, sigla em italiano), que ganhou 26 por cento dos votos Câmara em sua primeira eleição parlamentar, preocupou os mercados sobre a possibilidade de que os recém-chegados na política poderiam se voltar contra medidas de austeridade e a adesão ao euro, e mergulhar a zona de volta à crise econômica.

Os três principais grupos que surgiram a partir do voto ainda têm de chegar a acordo sobre como formar um governo. O grupo de centro-esquerda levou a maioria na Câmara, mas não no Senado, o que significa que deve concordar uma aliança tanto com rivais M5S ou tradicional centro-direita para governar.

Grillo --que não concorreu a um assento por ter uma condenação penal que o exclui sob regras internas de seu próprio movimento-- tem repetidamente dito que seu grupo não vai entrar em uma coalizão, mas apoiaria projetos individuais de acordo com o seu programa.

O ex-comediante também disse que era a favor da Itália recomprar seus títulos do governo e renegociar taxas de juros.

"Na realidade, a Itália está há muito tempo perdida. Em um ano não teremos dinheiro suficiente para pagar as pensões e os salários de quem trabalha no setor público. Não resta muito a se resgatar", disse ele na entrevista.

No centro de Roma, ativistas do M5S entraram simbolicamente no Parlamento, no dia em que ele abre ao público, uma vez ao mês, "para conhecer o lugar que vai, finalmente, ser familiar para os seus verdadeiros donos, os cidadãos italianos", dizia um convite na internet para o evento.

Durante a campanha eleitoral, Grillo disse que seus deputados abririam o Parlamento "como uma lata de atum", para trazer maior transparência aos trabalhos do governo.

(Reportagem de Steve Scherer)

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