Guru de Aécio, Bacha prega abertura radical
Economista Edmar Bacha, que se assume como tucano, diz que Brasil está preso a uma armadilha de baixo crescimento e atribui isso aos altos níveis de proteção ao setor produtivo; ele diz que o Brasil é um dos países que menos importam no mundo e afirma ainda que o BNDES se transformou num gigante "balofo" e numa "desgraça", que acabou substituindo o papel do sistema financeiro tradicional; Bacha prega também o que chama de "desfazimento" da política econômica; conselheiros de Aécio defedem agenda liberal
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Bacha defende o que chama de "Plano Real" para a indústria, que prevê até o fim da preferência a empresas nacionais nas compras governamentais e o fim da política de conteúdo nacional, como a Petrobras faz em seus navios. "É trocar todo o aparato protecionista - tarifas, preferência por compras governamentais, política de conteúdo nacional, o crédito subsidiado e outros - por câmbio. O câmbio não é de graça. Se fosse de graça, seria inflacionário. Mas no contexto em que você está reduzindo o custo dos importados, pode se dar ao luxo de elevar o preço das exportações. Ao substituir a proteção tarifária pela proteção cambial, já se faz seleção natural. Quem se beneficia da proteção cambial são as empresas e setores mais eficientes, com maior capacidade exportadora. Não será preciso manter um aparato de microgerenciamento, como há hoje. É claro que será preciso ter mecanismos indutores. O governo vai precisar ficar atento a quais são as vantagens naturais existentes, aos rumos da tecnologia mundial, a como se defender de concorrentes comerciais, onde é possível entrar mais facilmente. Esse é um enorme papel para o Estado dentro de uma política industrial voltada à integração da economia brasileira às cadeias internacionais de valor. Isso vai substituir a atual política de adensamento produtivo."
Bacha também dispara contra o BNDES. "De repente, o BNDES virou a mãe do todos os empresários brasileiros. Abriram o Tesouro para ele fazer tudo o que queria e o BNDES se tornou esse Golias - não, Golias não, isso seria uma homenagem. Tornou-se esse gigante balofo que está aí, que, na verdade, em vez de complementar, está substituindo o mercado financeiro, inibindo o desenvolvimento financeiro do País, distorcendo a alocação de recursos, criando um orçamento paralelo que não é votado pelo Congresso, que não é incluído nas contas públicas, tornando ainda menos transparentes as contas públicas brasileiras. O BNDES virou uma desgraça".
O economista, que é professor da PUC-RJ, prega ainda o "desfazimento" da política econômica atual e se assume como tucano militante. "Não é segredo para ninguém que sou tucano. Mas não estou na campanha. Quando o Aécio me pergunta alguma coisa, eu apenas digo o que eu acho."
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