Ibovespa fecha acima dos 133 mil pontos pela primeira vez na história
"Aqui no Brasil, commodities estão impulsionando", disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, citando nominalmente Vale e Petrobrás
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (26), apoiado pelas "blues chips" Petrobras, Vale e Itaú Unibanco, e diante de novos ganhos em Wall Street com expectativas de corte de juros nos Estados Unidos já em março.
Índice acionário de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 0,59%, a 133.532,92 pontos, um novo recorde de fechamento. Na máxima, alcançou 133.644,65 pontos, recorde histórico intradiário, e, na mínima, ficou em 132.752,96.
O volume financeiro somou 13,5 bilhões de reais, abaixo da média diária de 26,4 bilhões em dezembro até sexta-feira.
Agentes financeiros esperam que o volume de negócios na bolsa se mantenha fraco durante esta semana entre Natal e Ano Novo. Nesta terça-feira, bolsas em diversos locais do mundo, como na Europa, ainda estavam fechadas.
"Aqui no Brasil, commodities estão impulsionando", disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, citando nominalmente Vale e Petrobras.
No geral, os papéis com maiores volume de negócios e peso no Ibovespa, as chamadas "blue chips", como Petrobras, Vale, bancos e Ambev, tiveram desempenho positivo na sessão.
Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, o mercado também continuou se beneficiando de dados de inflação dos Estados Unidos abaixo do esperado divulgados na sexta-feira, que endossaram apostas de um potencial corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) já no primeiro trimestre de 2024.
"O mercado está botando na conta que é possível a gente ver esse estímulo até março."
O mercado precificava uma probabilidade de 72,7% de uma redução de 25 pontos base na taxa de juros já em março, de acordo com a ferramenta FedWatch, da CME.
Os principais índices acionários em Wall Street fecharam em alta de entre ao redor de 0,4% e cerca de 0,5%, com o S&P 500 tocando o maior patamar intradiário desde janeiro de 2022.
No Brasil, com agenda de indicadores esvaziada, o foco ficou por conta da expectativa de anúncio de novas medidas econômicas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse mais cedo a jornalistas que o governo enviará ao Congresso Nacional entre quarta-feira e quinta-feira uma alternativa à derrubada do veto à renovação da desoneração da folha de 17 setores da economia. Haddad não deu detalhes da medida.
O ministro também disse que o governo lançará nesta semana um programa, em negociação há meses, que permitirá que empresas deduzam investimentos em máquinas e equipamentos da base de cálculo de tributos em um prazo mais curto que o usual.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN <PETR4.SA> teve alta de 1,61%, para 37,33 reais, diante de avanço de 2,5% do petróleo Brent, e após uma série de notícias corporativas. Nos últimos dias, a empresa anunciou o equacionamento de déficit de plano de pensão e o início de perfuração na Margem Equatorial, enquanto nesta manhã divulgou corte de 7,9% no preço do diesel a distribuidoras e disse que cobrará valores não pagos por Carmo Energy em venda do Polo Carmópolis.
- VALE ON subiu 0,35%, a 76,66 reais, após os contratos futuros do minério de ferro avançarem na Ásia, com expectativas de medidas de estímulo econômico na China e de uma demanda robusta pela commodity. Em Dalian, o contrato para maio mais negociado teve ganho de 1,3%, para 980,5 iuanes (137,22 dólares) por tonelada. CSN MINERAÇÃO ON, que também anunciou 435,2 milhões de reais em JCP na noite de sexta-feira, valorizou-se 2,83%.
- SUZANO ON mostrou avanço de 0,51%, a 55,22 reais, após anunciar no sábado a aquisição de ativos florestais no Mato Grosso do Sul, por 1,83 bilhão de reais. Por causa da compra, a Suzano também elevou sua projeção de investimentos para 2024.
- ITAÚ UNIBANCO PN teve alta 1,02%, a 33,65 reais, enquanto BRADESCO PN subiu 0,3%, a 16,88 reais, em sessão que foi de ganhos para os grandes bancos brasileiros após uma manhã sem direção comum.
- GRUPO SOMA ON cedeu 1,21%, a 7,37 reais, e LOJAS RENNER ON recuou 0,73%, a 17,58 reais, após quatro e duas altas consecutivas, respectivamente.
- ENAUTA ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 11,37%, a 20,47 reais, estendendo ganhos das últimas sessões, após informar na segunda-feira a compra da totalidade da participação de 23% detida pela QatarEnergy Brasil em alguns campos de petróleo na Bacia de Campos por 150 milhões de dólares. A ação acumulou alta de cerca de 31,6% nos últimos três pregões.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: