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Economia

Inflação global dos alimentos é a maior em 32 anos e traz 'risco de tumulto social e político', diz Vinicius Torres Freire

“Mesmo que um milagre dê fim à guerra, os efeitos do conflito vão persistir por algum tempo", afirma o jornalista

(Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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247 - O jornalista Vinicius Torres Freire afirma, em sua coluna na Folha de S. Paulo, que a alta mundial do preço dos alimentos, que segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) alcançou o maior valor dos últimos 32 anos em termos reais, resulta em “risco de tumulto social e político — sim, temos peste, guerra e inflação”.

“Nesses patamares, porém, preços tão essenciais como os de energia e comida já comeram o poder de compra de pobres e remediados do mundo, "classe média" europeia e americana inclusive. Não haverá baixa de preços ou alta de salários tão cedo. Há risco de tumulto social e político —sim, temos peste, guerra e inflação”, avalia o jornalista. 

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Ainda segundo ele, “em um ano, o índice de preços da FAO aumentou 33,6%. Na virada de 2010 para 2011, subia a cerca de 30% ao ano. Foi quando começaram as revoltas sociais e políticas chamadas de "Primavera Árabe". Dizer que foram causadas pela carestia da comida é exagero, mas não muito (alta ainda maior de preços, em 2008, não chegou a causar revoluções)”.

“A inflação mundial da comida vinha em alta forte desde outubro de 2021, com a retomada gradual das economias, mas estacionara em níveis recordes em torno da virada do ano. A guerra provocou um salto mortal. Porém, há problemas que precedem a invasão russa da Ucrânia e não vinham tendo refresco”, afirma. 

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“Mesmo que um milagre dê fim à guerra, os efeitos do conflito vão persistir por algum tempo, em particular no que diz respeito a fertilizantes, grãos, trigo e óleos. A alta mundial das taxas de juros vai derrubar o crescimento das economias, ainda não se sabe quanto, o que pode conter a carestia. Mas, como parece óbvio, só vai ser bom (menos inflação) se for ruim (menos crescimento)”, ressalta o colunista..

No texto, Vinicius Torres Freire observa que “no Brasil, poderia haver um alívio por causa da desvalorização do dólar em relação ao real (mais de 17% desde dezembro) e da redução do preço da eletricidade. No entanto, a inflação está disseminada e talvez já provoque algum efeito bola de neve (inércia)”.

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“A redução da carestia dependeria de um dólar mais baixo por uns meses. Mas é preciso relembrar que o dólar mais barato não é páreo para um barril ainda em alta de 35% no ano. Além disso, a campanha eleitoral vem aí, com seus disparates e geradores de incerteza, que costumam jogar o real no chão”, finaliza.

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