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Economia

Inflação vai diminuir a partir de abril, diz Tombini

Presidente do Banco Central disse hoje em audiência no Senado que, a partir de abril, a inflação será inferior às taxas mensais que vêm sendo verificadas no primeiro trimestre; Alexandre Tombini afirmou que a instituição retomou, desde outubro de 2014, o ciclo de elevação da Selic porque as circunstâncias mudaram; "O BC não mudou. O que mudaram foram as circunstâncias entre setembro e outubro"; após seu discurso, a Bovespa virou para queda e o dólar voltou a subir

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini,durante audiência pública para discutir as diretrizes, implementação e perspectivas futuras da política monetária nacional (Marcelo Camargo/Agência Brasil) - Assuntos: CAE, Senado, banco central (Foto: Gisele Federicce)
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Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse hoje (24) que, a partir de abril, a inflação será inferior às taxas mensais que vêm sendo verificadas no primeiro trimestre. Em janeiro, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi 1,24%, e em fevereiro, 1,22%. Ele reiterou que a política monetária "está e continuará vigilante" e que é "factível" o objetivo de convergência da taxa para o centro da meta da equipe econômica, de 4,5%, a partir de 2016.

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Tombini também repetiu que a inflação sofre pressão do ajuste dos preços internacionais, impactados pelo fortalecimento do dólar, e dos preços administrados, como os de energia e gasolina. O presidente do BC voltou a destacar que 2015 será um ano de "transição". Com relação à atividade econômica, ele espera expansão do setor agropecuário, crescimento modesto do setor de serviços e retração da indústria. Na avaliação do presidente da autoridade monetária, a demanda das famílias e o crédito crescerão de forma "moderada".

Segundo Tombini, em função do dólar mais forte, o setor externo contribuirá para a economia este ano. "Espera-se uma contribuição positiva do setor externo, com expansão do volume exportado e alguma contração das importações", disse. De acordo com ele, a balança comercial, que encerrou 2014 deficitária, deve voltar a apresentar superávit.

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Alexandre Tombini também fez uma avaliação do cenário econômico internacional e seus impactos para o Brasil. Na visão dele, a economia global continua em recuperação gradual. O presidente do BC ressaltou que a recuperação dos Estados Unidos contribui para o fortalecimento do dólar. Outros países, como os da zona do euro, se recuperam de forma "desigual". Ele disse ainda que a queda de preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) impacta as economias emergentes. Alexandre Tombini deu as declarações em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde responde a perguntas de parlamentares.

'Aumento dos juros já era uma tendência'

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Tombini disse que a instituição retomou, desde outubro de 2014, o ciclo de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia, porque as circunstâncias mudaram. "O BC não mudou. O que mudaram foram as circunstâncias entre setembro e outubro", explicou em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Tombini disse também que a autoridade monetária tem total autonomia operacional. As declarações foram feitas em resposta ao senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que afirmou que somente passadas as eleições de 2014 o Banco Central começou as elevações de juros.

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O presidente do BC rebateu a fala do parlamentar e disse que a possível elevação da taxa Selic já estava indicada, na época. No relatório trimestral de inflação de setembro de 2014, a tendência já estava indicada, explicou. "Estávamos no gatilho para mudar a política monetária".

Após sua última reunião, nos dias 3 e 4 de março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou a elevação da Selic em 0,5 ponto percentual. Atualmente, a taxa está em 12,75% ao ano.

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Infomoney: Bolsa vira para queda e dólar volta a subir após discurso de Tombini

Por Rodrigo Tolotti Umpieres • Ricardo Bomfim

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O Ibovespa virou para o campo negativo e o dólar passou a operar com significativa na tarde desta terça-feira (24), após as declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante a audiência do CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Operadores de mercado demonstram ceticismo com a possibilidade do BC manter o programa de swaps cambiais.

Às 13h38 (horário de Brasília), o índice de ações recuava 0,50%, a 51.648 pontos, após chegar a subir 0,6% na máxima do dia. Já os contratos futuros do dólar subiam 0,54%, a R$ 3,162, recuperando-se de uma queda de quase 1,5% na mínima desta manhã. Enquanto isso, o dólar comercial tinha leves ganhos de 0,09%, para R$ 3,1474 na compra e R$ 3,1481 na venda.

Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, Tombini mostrou em sua nova fala que tem sido um elemento destoante na equipe econômica do governo. Se de um lado, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, parecem alinhados no objetivo do ajuste fiscal, o presidente do BC não traz sinais claros de onde o governo quer que o dólar esteja. "Ele disse que não tem pressa para se desfazer do volume de Swap, o que não deixa claro se vai acabar, se vai manter ou se o volume será reduzido", diz.

Além das falas de Tombini, outro driver que contribuía para reverter o otimismo da abertura dos mercados trazido pela manutenção do rating brasileiro em BBB- pela S&P era um possível recuo da presidente Dilma Rousseff (PT) no ajuste fiscal. De acordo com o gestor da H.H. Picchioni, Paulo Henrique Amantea, essa possibilidade da Dilma de mexer no ajuste é o que mais impacta na cautela e na perda da força compradora hoje. "O mercado não está pressionado, mas o especulador vê que o comprador retraiu e abre uma frente para bater", explica.

Ações em destaque As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) sobem depois de também ter sua nota de risco mantida pela S&P. Em compensação, a agência cortou a perspectiva das notas de crédito da estatal de estável para negativa. A mudança na perspectiva da nota reflete a dificuldade da Petrobras de financiar seu plano de negócios e de acelerar o crescimento da produção, que ajudaria a reduzir o endividamento.

Enquanto isso, as ações da Gol (GOLL4) viraram para queda após subirem forte na véspera depois que acionistas aprovaram a mudança no estatuto da empresa. Os acionistas aprovaram a mudança na estrutura de capital e aprimoramento na governança corporativa da empresa. Um total de 81,7% dos acionistas participou da votação, e destes 99,7% aprovaram a proposta do conselho de administração da companhia. Somente entre os minoritários, a aprovação foi de 99%. A proposta apresentada pela Gol é criar uma "super preferencial" com dividendos 35 vezes maiores do que as ordinárias. As ações ONs serão elevadas na mesma proporção. 

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