IPCA sobe 0,60% e inflação chega quase ao teto
Auxiliado pela redução na tarifa de energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo desacelerou a alta em fevereiro, mas resultado ainda ficou acima do esperado pelo mercado; em 12 meses, o IPCA passa a acumular alta de 6,31% e se aproxima do teto da meta de 6,5%
RIO DE JANEIRO, 8 Mar (Reuters) - Auxiliado pela redução na tarifa de energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta em fevereiro a 0,60 por cento, quando comparado com o mês anterior, mas o resultado ficou acima do esperado pelo mercado, pressionado pelos preços de Educação.
Com isso, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, em 12 meses, o IPCA passou a acumular alta de 6,31 por cento por cento no mês passado, ante 6,15 por cento vistos antes.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 0,49 por cento no mês passado, de acordo com a mediana de 39 analistas, com as projeções variando de 0,38 a 0,56 por cento. Para 12 meses, as expectativas eram de alta de 6,20 por cento.
De acordo com o IBGE, as contas de energia elétrica ficaram 15,17 por cento mais baratas em fevereiro, refletindo a redução no valor das tarifas promovida pelo governo e com impacto negativo de 0,48 ponto percentual no índice. Sem isso, o IPCA teria registrado inflação acima de 1 por cento no mês.
Esse resultado compensou as altas nos valores do aluguel (2,26 por cento) e condomínio (1,33 por cento), colaborando para a queda de 2,38% do grupo Habitação em fevereiro.
Por outro lado, o grupo Educação registrou a maior alta em fevereiro, de 5,40 por cento, contribuindo com 0,24 ponto percentual no índice. De acordo com o IBGE, o resultado é reflexo dos reajustes praticados no início do ano letivo, com destaque para o aumento de 6,91 por cento das mensalidades dos cursos regulares, item de maior impacto individual no mês, com 0,19 ponto percentual.
O grupo Alimentação e bebidas, que vêm pesando sobre os indicadores de inflação, desacelerou a alta a 1,45 por cento em fevereiro, ante 1,99 por cento em janeiro, com impacto de 0,35 ponto percentual do IPCA do mês e respondendo por 58 por cento do índice.
O grupo Despesas Pessoais, ainda segundo o IBGE, registrou alta mensal de 0,57 por cento em fevereiro, bem menor do que o 1,55 por cento visto em janeiro.
Com esse resultado, o medidor oficial de inflação aproximou-se ainda mais do teto da meta do governo para este ano --de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. O Banco Central, diante do cenário de maior pressão, já reconheceu que a inflação não deve convergir para o centro da meta neste ano, embora também não acredite que ela possa estourar o teto em algum momento ao longo de 2013.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic em 7,25 por cento ao ano, mas deixou a porta aberta para a elevação dos juros no futuro.
O resultado do IPCA de fevereiro veio abaixo de sua prévia, o IPCA-15, que no mês passado registrou alta de 0,68 por cento. Em janeiro passado, o IPCA havia registrado alta de 0,86 por cento.
(Reportagem de Diogo Ferreira Gomes e Walter Brandimarte; Texto de Camila Moreira; Edição de Patrícia Duarte)
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