JBS na geladeira

247_O JBS Friboi tinha planos de listar as ações da sua subsidiária americana na Bolsa de Nova York. Mas a empresa cancelou de vez essa nova emissão de ações com o aumento de capital de R$ 3,75 bilhões. O recurso veio da venda dos papéis dos controladores do frigorífico, chamada de emissão privada. A FB Participações, associação das famílias Batista e Bertin, reduziu sua presença de 54,2% para 47%. Eles venderam cerca de 494,2 milhões de ações a R$ 7,04 para o BNDES. Com a aquisição, o banco público de desenvolvimento passou a ter um peso importante nas decisões da empresa, ao subir de 17% para 31,3% do capital. O movimento desagradou os investidores, que saíram às vendas. Nos dois últimos pregões, a JBSS3 perdeu mais de 9% da sua cotação.

As ações do frigorífico, porém, sofrem na bolsa há algum tempo. No ano, as perdas superam os 26%. A desconfiança com a empresa vem, justamente, do adiamento da realização do IPO da JBS americana. Ao não realizar a operação, o frigorífico pagou uma multa de R$ 521,9 milhões para quem comprou as debentures lançadas para pagar a compra da Pilgrim’s Pride, no final de 2009. A penalidade aconteceu porque uma das promessas para os compradores dos títulos era o lançamento de ações na bolsa dos EUA. E, entre esses debenturistas, estava o BNDESPar.

Com essa emissão privada, que dará um prêmio de mais de 20% sobre o preço atual da ação do JBS na bolsa, as debêntures serão pagas. Mas, para consolidar a venda da participação dos acionistas majoritários e a operação com a emissão dos títulos, o conselho de administração convocou uma assembleia para os próximos dias 3 e 4 de junho. A homologação do negócio acontecerá entre os dias 4 e 5 de julho. Para os investidores, o jeito é esperar. Os analistas esperam que a ação permaneça na geladeira no curto prazo. Pelo menos até as definições sobre o aumento de capital.