Lula cobra redução da taxa de juros e sugere que Campos Neto ainda mantém contato com Bolsonaro

247 - Em evento na manhã desta sexta-feira (1) em Fortaleza (CE), o presidente Lula (PT) voltou a pressionar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por novos cortes da taxa básica de juros, a Selic. Também nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB brasileiro cresceu 0,9% no segundo trimestre de 2023. O valor representa o triplo do que era esperado. >>> Crescimento de 0,9% do PIB coloca o Brasil em 12ª posição em ranking com 46 países

O presidente fez um apelo para que a população possa tomar crédito a juros baratos, como forma de impulsionar o desenvolvimento e o crescimento do país. "A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Basa e o BNB e mais o BNDES só têm sentido existir se for para fazer as coisas diferente do que fazem os bancos privados. Se for para fazer igual não precisa existir. O BNDES tem que ter muito dinheiro, e nós sabemos que ele ainda não tem a quantidade que precisa, para investir no desenvolvimento industrial, para investir na nossa energia que vai ser produzida nesse país, para investir muito no hidrogênio verde, na energia solar, na energia eólica, na mudança da nossa matriz energética, que é o que o mundo espera. Ninguém pode competir com o Brasil. E nós temos que ter dinheiro para investir, e dinheiro para ser investido a juros baratos. Por isso é que o cidadão do Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil, e não do Banco Central de um país que não seja o Brasil, e que precisa baixar os juros. Não é possível. Como é que o empresário vai investir? Como que o empresário vai fazer uma fábrica? Como o empresário vai fazer um investimento qualquer se ele pegar a taxa de juros muito alta? Então vamos continuar brigando".

Na sequência, Lula lembrou que Campos Neto têm mandato e que foi indicado para o cargo por Jair Bolsonaro (PL). O presidente ainda sugeriu que o chefe do BC esteja em contato com Bolsonaro. "É importante vocês saberem: o presidente do Banco Central não foi indicado por nós, ele foi indicado pelo governo anterior. E o Banco Central agora é autônomo, não tem mais interferência da Presidência da República, que podia chamar o presidente do Banco Central e conversar. Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo. Ele deve conversar com quem o indicou. E quem o indicou não fez coisas boas nesse país. A sociedade brasileira vai descobrir com o tempo".