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Economia

Lula garante a empresários "estabilidade e previsibilidade" e avisa: "quem é responsável não precisa de teto de gastos"

Ex-presidente participou de debate na Fiesp e disse que o empresariado voltará a ter mercado no país: "vocês querem investir no Brasil para ganhar dinheiro. Isso vai ser garantido"

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução/YouTube)
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Por Guilherme Levorato, 247 - O ex-presidente Lula participou nesta terça-feira (9) de um debate com diretores, conselheiros, associados e sindicatos ligados à Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e ao Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Ele garantiu que, se voltar ao governo, os empresários brasileiros terão "credibilidade, estabilidade e previsibilidade" e voltarão a ganhar dinheiro no país. "Sabe o que eu vou garantir para vocês? Mercado. O que vocês querem é investir no Brasil para ganhar dinheiro. Isso vai ser garantido".

"Vou repetir três palavras que fazem parte do meu dicionário: credibilidade, estabilidade e previsibilidade. Qualquer governante que quiser governar o Brasil, o Chile, a Bolívia, os Estados Unidos ou a China, se ele não tiver essas três palavras permeando o comportamento dele, não dará certo o governo", afirmou.

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Lula afirmou que a valorização real do salário mínimo também precisará ser retomada para garantir que o povo trabalhador volte a consumir e fazer a roda da economia girar. Para isso, além da inflação, o reajuste do salário mínimo precisa compreender a divisão do crescimento do PIB. "A vantagem do PIB crescer é distribuí-lo. Não adianta o PIB crescer, como cresceu nos anos 70 14% ao ano, e ficar só com meia dúzia de pessoas. O PIB é bom crescer quando a gente distribui esse PIB e todo mundo pode participar"

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O petista ainda disse que não precisa de teto de gastos para conduzir o país sob um regime de responsabilidade fiscal. "Quem não tem responsabilidade fiscal cria uma lei de teto de gastos. Quem tem responsabilidade na sua origem não precisa de lei para fazer teto de gastos. É por isso que eu falo sempre assim: nós pegamos o governo com quase 65% a dívida e deixamos com 40%, pegamos esse país com US$ 30 bilhões de dívida, pagamos e ainda emprestamos US$ 15 bilhões para o FMI, esse país não tinha o hábito de ter reservas e deixamos esse país com US$ 370 bilhões de reserva, e é por isso que ele nunca quebrou, e nós deixamos esse país com crescimento razoável. Eu sou de muita responsabilidade. Não sou de jogar nota de 5 fora. Não estou voltando para ser presidente da República para fracassar. Tenho dito para o Alckmin: se eu não tivesse consciência do que eu quero fazer nesses próximos quatro anos, a melhor coisa que o Lulinha faria seria ficar guardadinho em casa cuidando da sua vida. Estou voltando porque sei que a situação do país está pior e que nós dois vamos resolver esse problema".

Reindustrialização

O ex-presidente afirmou que a reindustrialização do país está no centro de seu plano de governo.

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A reindustrialização, segundo ele, precisará estar ligada à inovação. "O nosso programa de governo é um programa de governo que passa por compreender que esse país precisa se reindustrializar. É preciso que a gente discuta novos nichos de indústria para fazermos investimentos. No quê a gente vai competir? Muitas vezes a gente fala em commodity, sobretudo no agronegócio, como se fosse uma coisa menor, sem levar em conta o quanto de engenharia, de investimento em tecnologia tem num grão de soja hoje, sem levar em conta os investimentos da genética na criação do nosso rebanho. Uma galinha que levava 90 dias para matar hoje você mata com 35 dias. Um boi que levava 48 meses hoje você mata com 18".

Agronegócio

Na tentativa de buscar cada vez mais aproximação com o agronegócio, um dos principais setores da base de apoio a Jair Bolsonaro (PL), lula lembrou de seus feitos à indústria do agro e destacou a importância de uma boa condução de comércio exterior para o sucesso da categoria. "Esses dias eu tive uma reunião com empresários. Eu queria saber por que o agronegócio gosta do Bolsonaro, e eu fiz essa pergunta. Eu queria saber o quê o Bolsonaro fez de bom. Nada! Nada! Eu duvido alguém dizer o que o Bolsonaro fez para o agronegócio. A última medida grande para o agronegócio foi feita por nós, uma Medida Provisória em 2008, quando a gente resolveu a dívida ruralista. Se a gente não fizesse aquilo, quebrava o setor inteiro".

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Ele ainda negou as acusações de que terras produtivas teriam sido ocupados pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em seus governos. "Me traga todos os endereços das terras produtivas que foram invadidas. Eu não conheço uma terra produtiva que foi invadida pelos Sem Terra. Quem legalizava se era produtiva ou não era quem? O Incra. Se criou um monstro, que nós queremos debater. Queremos apenas a chance de conversar com o agronegócio, com aqueles mais raivosos. A gente vai conversar para discutir o Brasil. Em que momento da história esse país teve as portas do comércio exterior abertas mais do que nosso período de governo?".

Sustentabilidade

O petista chamou atenção para o fato de que no mercado internacional atual não há espaço para quem ignore a economia de baixo carbono. "Quem está no mundo do comércio exterior sabe que a economia de baixo carbono é uma necessidade de competitividade nossa, e é um jeito de a gente ganhar dinheiro também. Por isso que vamos ter que trabalhar com quem entende do assunto, sejam entidades empresariais, universidades, a academia, para a gente saber como é que a gente vai tirar proveito da riqueza que nós temos".

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Geopolítica e mercado exterior

Lula avaliou que o momento geopolítico de hoje, com uma guerra entre Rússia e Ucrânia, e uma tensão no relacionamento entre Estados Unidos e China, formam uma cena ideal para o Brasil "se apresentar ao mundo". "Esse é o momento do Brasil se apresentar ao mundo com a grandeza que ele tem, se apresentar aos Estados Unidos, à China, à Europa. Até a Europa está precisando mais de nós do que nós da Europa. Mas é preciso ter gente séria para conversar. Se a gente mandar gente com complexo de vira-lata não dará certo. Temos que mandar gente que gosta desse país, que respeite esse país e saiba negociar. Você não sabe como eu fico enjoado quando eu sou acusado da relação com a Venezuela. Quem é empresário sabe: a gente tinha um superávit com a Venezuela de US$ 4 bilhões. Eu e o Celso [Amorim] ficamos agoniados porque não é bom uma relação comercial que você tenha US$ 4 bilhões de superávit todo ano. A gente queria equilibrar um pouco. Por isso resolvemos fazer a refinaria, eles com 40% e a gente com 60%, que era para a gente poder balancear um pouco. Esse país [Brasil] está pronto. Essa coisa do Bolsonaro criar esse clima de instabilidade, essa convulsão diplomática no mundo, isso vai ser para nós um filé mignon, Alckmin. Esse Brasil vai voltar a crescer, voltar a ser representativo e vocês, empresários, vão voltar a ser respeitados".

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