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    Mais um aumento da gasolina?

    A sociedade brasileira deve se manifestar massivamente contra. A medida é inflacionária e não queremos inflação

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    A declaração do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, esta semana de que o governo examina o pedido da Petrobras para realizar um novo reajuste no preço do combustível deixa de cabelo em pé qualquer cidadão brasileiro trabalhador e que costuma honrar suas contas mensais.

    Para ele, a alegação da empresa de que os preços estão muito defasados não entra na sua matemática. O último aumento autorizado pelo governo em janeiro deste ano, da ordem de 10,5% para o diesel e 6,6% para a gasolina, com certeza, já contribuiu para subir a inflação além do previsto. Um novo aumento não trará resultados diferentes.

    Além do mais, nenhuma categoria de trabalhador deste país tem aumento de salário duas vezes ao ano. E quando tem não ultrapassa os 10%, muito menos o dobro disso.

    Em carta enviada à presidenta Dilma em agosto de 2012 e numa releitura novamente encaminhada este mês, coincidentemente um ano depois, peço a ela que mantenha-se firme e não se dobre aos argumentos daqueles que defendem como benéfico para o país um novo aumento dos preços dos combustíveis.

    Lembro que a pressão pelo aumento parte dos mesmos profetas do apocalipse que querem desgastar o seu governo afirmando todo o tempo que as metas inflacionárias não foram cumpridas e chamando de pibinho o PIB brasileiro.

    Com o aumento dos combustíveis eles querem exatamente fazer crescer a inflação para dizer depois que estavam certos, que a inflação neste governo está fora do controle. É uma trama diabólica na qual não podemos cair.

    Estamos atentos ao fato de que os setores da imprensa que engrossam o coro para a urgência de um aumento da gasolina neste momento são os mesmos que frequentemente atacam o PT e o nosso governo por nunca haverem se conformado com nossa vitória e o sucesso na direção deste país nos últimos anos.

    A população e os movimentos sociais devem se unir em torno da bandeira “diga não ao aumento dos combustíveis”. Estou convencido de que um aumento do preço da gasolina no mercado interno trará um impacto bastante negativo nos resultados da economia brasileira.

    Além do reajuste de janeiro deste ano, em junho de 2012, a  Petrobras concedeu um aumento de 3,94% para o diesel e de 7,83% para a gasolina. Numa sábia decisão a presidenta Dilma e sua equipe econômica decidiram na ocasião zerar tributos sobre os combustíveis para evitar que o aumento chegasse às distribuidoras e aos consumidores. Em julho de 2012, o diesel foi novamente reajustado, desta vez em 6%.

    A medida governamental alcançou seu objetivo. As distribuidoras não repassaram estes aumentos aos postos de gasolina o que geraria, obviamente, um aumento indesejável ao consumidor nos preços da gasolina e do gás de cozinha.

    Renomados consultores de economia têm afirmado que não olham com tranquilidade um novo aumento de combustíveis neste momento. Afirmam que a ele se somará o aumento dos alimentos e isso certamente causará um aceleramento geral da  inflação.

    Com o tempo isso poderá gerar movimentos e paralizações reivindicando aumentos salariais de acordo ou acima da inflação. E este filme já vimos outras vezes e os brasileiros ainda não se esqueceram de seu roteiro.

    Os resultados da CPI dos Combustíveis da Câmara Legislativa do DF, da qual fui relator, em 2003, demonstraram que o combustível (óleo diesel e derivados) é o fator mais inflacionário que existe. Naquele ano ao provar a existência do cartel dos combustíveis no DF conseguimos baixar o preço da gasolina de R$2,37 para R$ 1,99 o que fez com que houvesse deflação por três meses consecutivos.

    Não podemos ignorar da pressão inflacionária gerada pelo aumento dos combustíveis para uma frota de caminhões responsável por 60% de toda a carga transportada no Brasil.

    Outra balela - que passa pelo aumento do preço dos combustíveis - é a volta da cobrança do CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, defendida pelo prefeito de São Paulo, Paulo Haddad. Ele alega que a municipalização do imposto, que voltaria a ser embutido no preço da gasolina, seria utilizada para subsidiar a tarifa do transporte público. Sugiro a ele que busque outra solução que não a do aumento do preço dos combustíveis, que por ser inflacionário atinge a todos os brasileiros indiscriminadamente.

    Entendemos a preocupação e a busca de soluções por parte do conselho de administração da Petrobras diante da questão, mas acreditamos que um aumento do preço da gasolina para o consumidor final além de não representar a solução para o problema da Petrobras, trará um impacto bastante negativo nos resultados da economia brasileira.

    Acredito que o papel de uma estatal seja também o de garantir os interesses estratégicos de uma Nação, e nosso interesse agora é o de combate à inflação - o imposto mais alto que existe atingindo  a sociedade como um todo.

    O governo brasileiro é o acionista majoritário da Petrobras. Tem o direito de decidir. Principalmente se esta decisão está em consonância com os interesses da Nação brasileira.

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