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Economia

Mantega: governo não vai deixar câmbio derreter

Segundo o ministro da Fazenda, a recente desvalorização do dólar, cotado abaixo de R$ 2 pela primeira vez em cerca de sete meses, não implica derretimento da moeda norte-americana e tampouco é uma estratégia para conter a alta dos preços no Brasil

Mantega: governo não vai deixar câmbio derreter (Foto: Elza Fiúza/ABr)
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Por Tiago Pariz

BRASÍLIA, 30 Jan (Reuters) - A recente desvalorização do dólar, cotado abaixo de 2 reais pela primeira vez em cerca de sete meses, não implica derretimento da moeda norte-americana e tampouco é uma estratégia para conter a alta dos preços no Brasil, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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"O câmbio não irá derreter", disse Mantega nesta quarta-feira a jornalistas, acrescentando que a taxa poderá flutuar dentro de um patamar que não cause prejuízo à indústria nacional. Para ele, uma variação entre 1,98 real e 2,03 reais não é "muito importante" e indica estabilidade.

O dólar voltou a ser cotado abaixo de 2 reais logo na abertura das operações de terça-feira, o que não ocorria desde julho do ano passado.

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Em novembro de 2012, Mantega havia dito que o patamar de 2 reais por dólar "veio para ficar". Apesar disso, o ministro insistiu nesta manhã que a política cambial é a mesma.

"Não permitiremos uma valorização especulativa do real e isso veio para ficar. Aviso aos navegantes: isso veio para ficar. Não se entusiasmem porque isso (a valorização especulativa) não vai acontecer."

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Os comentários do ministro chegaram a influenciar a cotação da moeda norte-americana, que rompeu brevemente os 2 reais. Mas o dólar desacelerou a alta após o Banco Central anunciar leilão de venda de dólares com compromisso de recompra. Às 15h44, a divisa norte-americana tinha alta de 0,19 por cento, vendida a 1,9885 real.

"O importante é estabilidade sem muita volatilidade, porque atrapalha o exportador. Nos últimos seis meses, teve grande estabilidade do câmbio, isso não quer dizer que fique fixo, ele tem flutuação", disse Mantega.

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INFLAÇÃO

Mantega também rejeitou que a desvalorização recente do dólar indique uma preocupação com a inflação. "(O câmbio) não é instrumento de política monetária para baixar preços. O único instrumento é o juro e outros mecanismos que o Banco Central pratica", afirmou. "Se o câmbio ficar estável, ele não gera inflação."

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Segundo ele, a influência do câmbio nos preços foi maior em 2012 porque o real perdeu cerca de 20 por cento de seu valor. Com as cotações mais estáveis agora, o impacto na inflação é minimizado. "Dos 5,8 por cento de inflação do ano passado, 0,4 ou 0,5 (ponto percentual) foi pelo câmbio", disse o ministro.

Em janeiro, até o dia 29, o dólar acumula desvalorização de 3 por cento.

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Os preços ao consumidor iniciaram o ano mais pressionados e alguns analistas avaliam que a inflação oficial em 12 meses entre abril e maio poderá desafiar o teto da meta de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos para cima e para baixo.

Apesar de o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) ter desacelerado em janeiro sobre dezembro, os preços ao consumidor subiram 0,98 por cento no mês, contra 0,73 por cento na leitura anterior.

GASOLINA

A inflação terá mais um componente de pressão com o reajuste pela Petrobras nas refinarias dos preços da gasolina e do diesel, de 6,6 e de 5,4 por cento, respectivamente, a partir desta quarta-feira.

Segundo Mantega, o valor da gasolina nos postos de combustível deverá subir 4,4 por cento, resultando num impacto de 0,16 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013.

O reajuste que chegará às bombas é menor devido à mistura do etanol na gasolina, entre outros fatores, como as margens das distribuidoras.

Em outras oportunidades que a gasolina subiu nas refinarias, o governo reduziu a Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico (Cide) para evitar repasses ao consumidor. Mas no reajuste anterior pela Petrobras a Cide foi zerada, tanto para a gasolina como para o diesel.

Mantega disse que o governo está estudando elevar a mistura do etanol na gasolina, mas não se comprometeu com uma data para fazer o anúncio. Um aumento da mistura de 20 para 25 por cento, por exemplo, poderia atenuar a alta da gasolina nas bombas.

O ministro esquivou-se de responder se o aumento dos combustíveis agora será o único deste ano. Disse apenas que novos reajustes vão depender do preço internacional do petróleo.

"É o último aumento da gasolina nesta semana", afirmou Mantega, em tom de brincadeira. "No ano passado, demos mais de um aumento. Não significa que este ano faremos o mesmo."

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