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Economia

Mantega: não há data para anúncio de cortes

O corte adicional no Orçamento poderá ficar abaixo de R$ 15 bilhões, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega; segundo ele, ainda não há definição de quando ocorrerá o anúncio. "Não há uma definição sobre o corte. Quando houver, avisarei a todos"; Mantega disse ainda que o Imposto de Importação de algumas matérias-primas básicas poderá cair para conter a inflação, que, segundo ele, voltará a ficar dentro da meta no segundo semestre

Mantega: não há data para anúncio de cortes (Foto: Valter Campanato/ABr)
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Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O corte adicional no Orçamento Geral da União poderá ficar abaixo de R$ 15 bilhões, disse hoje (5) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, ainda não há definição de quando ocorrerá o anúncio. "Não há uma definição sobre o corte. Quando houver, avisarei a todos."

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Mais cedo, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, Mantega tinha dito que o corte, de até R$ 15 bilhões, seria anunciado na próxima semana.

O ministro negou ainda que o corte chegue efetivamente aos R$ 15 bilhões. "Disse [na entrevista à Rede Globo] que o valor seria abaixo disso", limitou-se a declarar. "O corte sai assim que tivermos uma proposta."

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Em maio, a equipe econômica anunciou o bloqueio de R$ 28 bilhões de verbas do Orçamento Geral da União de 2013. Na ocasião, o ministro Mantega declarou que o corte seria suficiente para alcançar a meta reduzida de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano.

Na entrevista à TV Globo, no entanto, Mantega disse que o governo acompanhará o impacto do bloqueio de verbas ao longo do ano e não descartou novos cortes para cumprir a meta ajustada de superávit primário. Segundo ele, o contingenciamento [bloqueio] adicional atingiria despesas de custeio (manutenção da máquina pública), como viagens e passagens, material permanente, serviço de terceiros e aluguéis.

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Imposto

O Imposto de Importação de algumas matérias-primas básicas poderá cair para conter a inflação, disse o ministro da Fazenda. Ele confirmou que o governo estuda antecipar a redução das alíquotas, que ocorreria em setembro, para compensar os efeitos da alta do dólar nas últimas semanas.

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Em setembro do ano passado, o governo elevou a tarifa sobre insumos como aço, fertilizante, produtos químicos, vidros e laminados por 12 meses para estimular a produção nacional dessas matérias-primas e facilitar a competição com os importados. No entanto, de acordo com Mantega, o dólar mais caro diminuiu a necessidade da medida protecionista.

“O dólar está flutuando, mas, neste momento, está mais valorizado do que naquela época [setembro do ano passado]. Desta maneira, ele acaba criando uma defesa natural para esse tipo de insumo”, disse o ministro. Segundo ele, ainda não se definiu qual será a redução das alíquotas. “Isso vai depender do comportamento do dólar e será discutido com cada setor.”

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O ministro ressaltou que a medida não será imediata e que o governo precisa ainda verificar em qual nível a moeda norte-americana vai se estabelecer com as perspectivas de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, aumente os juros e reduza as injeções de dólares na maior economia do planeta. “Vamos observar. Daqui até setembro, vamos ver se o dólar se fixa em outro patamar e, a partir disso, vamos definir para onde vai o Imposto de Importação”, explicou.

Em relação à inflação, Mantega disse que, quando o governo decidiu aumentar as tarifas dos insumos importados, negociou com os setores o compromisso de que os empresários nacionais não elevariam os preços. “Dois fenômenos aconteceram. Primeiro, algumas empresas reajustaram os preços de fato [descumprindo o acordo]. Segundo, a turbulência causada pelo Fed está desvalorizando o real”, declarou o ministro.

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Inflação

A inflação acumulada em 12 meses voltará a ficar dentro da meta no segundo semestre, disse Mantega. De acordo com ele, a estabilização do preço dos alimentos contribuirá para a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos próximos meses.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA, índice usado no regime de metas de inflação, registrou 0,26% em junho, com queda de 0,11 ponto percentual em relação ao mês anterior. No acumulado de 12 meses, no entanto, o índice chega a 6,7%, maior que o teto da meta de inflação, de 6,5%.

O ministro destacou que os preços dos alimentos ficaram praticamente estáveis no mês passado, subindo apenas 0,08% em junho. Ele disse esperar que esse comportamento se repita nos próximos meses. “A inflação dos alimentos foi praticamente zero. Isso significa que os alimentos reagiram bem, que a nova safra ajudou a colocar mais ofertas de produtos no mercado. Todos os alimentos estão [com o preço] para baixo. Isso é um bom sinal e esperamos que continue assim”, declarou.

Apesar de os alimentos terem puxado o índice para baixo, Mantega ressaltou que a queda foi generalizada e que os preços estão se comportando bem em diversos setores da economia. “Acho que foi muito importante o IPCA ter dado 0,26% hoje. Se você foi olhar os componentes, caiu alimentação, habitação, serviços, praticamente todos os itens caíram”, disse o ministro.

Em relação ao fato de que a inflação tenha ultrapassado o teto da meta no acumulado de 12 meses, Mantega disse que a desaceleração do IPCA começará a se refletir em índices acumulados mais baixos neste semestre. Ele, no entanto, não arriscou um prazo para a inflação retornar ao intervalo da meta. “Em 12 meses, infelizmente, [o IPCA] ultrapassa o teto da meta, mas o importante é que a diferença está diminuindo. No segundo semestre, em algum momento, ele vai voltar para baixo do limite superior da meta”.

O ministro negou ainda que tenha a intenção de promover mudanças na equipe econômica. Ele reagiu a rumores no mercado financeiro de que o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, estaria para ser demitido.

 

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