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Economia

Medidas econômicas do governo já permitem que o BC reduza os juros, diz Haddad: "existe espaço para ponderação"

“O mercado de capitais está parado. E isso pode atravancar um crescimento mais vigoroso da nossa economia”, argumentou o ministro da Fazenda na Câmara

Roberto Campos Neto e Fernando Haddad (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participa nesta quarta-feira (17) de sessão das comissões de Finanças e Tributação e de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. Perguntado sobre as críticas do governo federal à taxa de juros estabelecida pelo Banco Central, de 13,75% ao ano, Haddad defendeu o direito do Executivo de debater o índice e explico as razões pelas quais entende que já há espaço para iniciar um ciclo de redução dos juros. “Quando a taxa de juros chegou em 13,75%, em agosto do ano passado, chegou porque houve uma farra durante as eleições, que tudo somado chegamos, em termos anualizados, a R$ 300 bilhões - gasto anualizado durante as eleições, entre desonerações, gastos adicionais, auxílios, PEC dos precatórios, tudo que foi feito de maio do ano passado até a eleição. Então a autoridade monetária subiu a taxa de juros por um completo descontrole das contas públicas. Há que se pensar se deveria chegar a 13,75%, mas vamos combinar que a inflação estava em dois dígitos durante o governo Bolsonaro. Há muitos anos o Brasil não convivia com dois dígitos de inflação. Chegou a dois dígitos e aí o Banco Central se viu na contingência de subir [a taxa de juros]”.

“O que aconteceu das eleições para cá foi o oposto. Nós começamos a corrigir toda aquela confusão que foi estabelecida no processo eleitoral, confusão fiscal. Então já no dia 12 de janeiro eu estava tomando medidas saneadoras. No final de fevereiro a reoneração dos combustíveis, agora em março a aprovação do STJ, a aprovação do preço de transferência. São medidas saneadoras. Portanto, abre-se espaço para a redução da taxa de juros. Essa é a verdade. E se você consultar vários especialistas - ninguém está fazendo política aqui, estamos falando de técnica -, muita gente que entende de economia imagina que haja espaço para iniciar um ciclo de cortes da taxa de juros. E isso não é ofensa nenhuma, é um debate que pode ser feito tranquilamente na sociedade, e um debate técnico”.

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O ministro afirmou que o patamar atual da taxa de juros compromete a retomada do crescimento econômico do país. “Nós estamos produzindo 50% do nosso potencial da indústria automobilística instalada no país. 70% dos carros hoje são vendidos à vista porque não há crédito. O mercado de capitais está parado, não há emissão de debêntures, de ações. E isso pode atravancar um crescimento mais vigoroso da nossa economia. O mundo desenvolvido hoje tem uma taxa de inflação superior à nossa e trabalha com juro negativo. Eu estive com o ministro das Finanças da Inglaterra lá no G7. A inflação na Inglaterra está em 10%, segundo ele me informou, e a taxa de juros não está em 10%. Ou seja, a taxa de juros está negativa. Cada país tem sua realidade, só estou dizendo que entre ter uma taxa de juros negativa e ter uma taxa real de juros de 8% ao ano, existe talvez um espaço para ponderação”.

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Haddad também falou sobre a autonomia do Banco Central. “Durante os oito anos do governo Lula nós só tivemos um presidente do Banco Central, que foi o Henrique Meirelles. E ele agiu com plena autonomia sem a lei da autonomia, basta perguntar a ele. Nem por isso o saudoso José Alencar, vice-presidente, deixava de criticar as taxas de juros praticadas. E qual é o problema disso? Alguém puxava a orelha do vice-presidente da República por questionar a taxa de juros praticada por um presidente de Banco Central nomeado por aquele governo? Então não vamos politizar essa questão. Não existe questão pessoal aqui. Estamos falando aqui se há espaço, ou não, à luz das medidas tomadas e que estão consignadas nas atas do próprio Banco Central, que fazem referência ao arcabouço, à reoneração dos combustíveis, a todas as medidas que estão sendo tomadas, inclusive classificadas pelo presidente do Banco Central como corajosas. Essa discussão é absolutamente normal em uma democracia”.

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