Mercado vê alta da Selic só em maio
De acordo com a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira, os analistas mantiveram a perspectiva de que a taxa básica de juros ficará em 7,25% na reunião desta semana do Copom; mercado passou a ver uma alta mais intensa, porém, no próximo mês, quando a expectativa é de que se inicie o ciclo de aperto monetário
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Por Camila Moreira
SÃO PAULO, 15 Abr (Reuters) - O mercado manteve a perspectiva de que a Selic será mantida em 7,25 por cento na reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom), mas passou a ver uma alta mais intensa da taxa básica de juros em maio, quando a expectativa é de que se inicie o ciclo de aperto monetário, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira.
Os analistas consultados veem agora a Selic subindo 0,50 ponto percentual na reunião de maio, para 7,75 por cento, ante 7,50 por cento estimados na pesquisa anterior.
O Copom reúne-se na terça e quarta-feiras desta semana para definir os próximos rumos da política monetária. Embora a expectativa mostrada pelo Focus seja de manutenção da taxa nesta reunião, o mercado futuro de juros já havia elevado no final da semana passada as apostas de início do aperto do ciclo monetário nesta semana.
Essa percepção aumentou mais após declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, e do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Tombini afirmou na sexta-feira que não haverá tolerância com a inflação e que a autoridade monetária monitora "atentamente" todos os indicadores. Isso levou alguns analistas inclusive a reavaliarem suas projeções, o que pode não ter sido capturado nesta pesquisa.
Por sua vez, o Focus mostrou que os analistas mantiveram a expectativa de que a Selic encerrará este ano a 8,50 por cento, mesma taxa que permanecerá ao longo de 2014 em projeção inalterada nesta segunda-feira.
CRESCIMENTO X INFLAÇÃO
O BC enfrenta um dilema neste momento com inflação em alta e sinais recentes que reforçaram o cenário de fragilidade da recuperação econômica brasileira.
Apesar disso, os analistas consultados mantiveram no Focus a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,00 por cento, sem alteração ante a semana anterior. Para 2014 também houve manutenção da perspectiva de elevação de 3,50 por cento.
Por outro lado, indícios de desaceleração da inflação brasileira, levaram o mercado a reduzir a projeção para a alta do IPCA este ano a 5,68 por cento, ante 5,70 por cento na pesquisa anterior. Para 2014, houve manutenção da perspectiva em 5,70 por cento.
Em 12 meses, o IPCA acumulou em março alta de 6,59 por cento pelo IPCA, estourando o teto da meta do governo, mas desacelerou no mês a 0,47 por cento.
A alta dos preços influenciou a queda de 0,4 por cento das vendas varejistas em fevereiro ante janeiro, com o setor registrando o primeiro recuo anual desde novembro de 2003, de 0,2 por cento.
O cenário atual registra ainda uma dificuldade da produção industrial em deslanchar, tendo registrado em fevereiro recuo de 2,5 por cento.
Isso tudo colaborou para a queda de 0,52 por cento em fevereiro do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do PIB.
No Focus, a perspectiva para a expansão da produção industrial neste ano foi mantida em 3,00 por cento, assim como a projeção para o câmbio no final deste ano ficou inalterada em 2 reais pela sétima semana seguida.
(Por Camila Moreira, edição Alberto Alerigi Jr.)
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