TV 247 logo
    HOME > Economia

    'Mercocul não pode travar acesso do Brasil a outros mercados'

    O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse que o Mercosul não deve ser trava para que o Brasil busque acordos com outros mercados; "O Brasil fez uma construção importante na questão do Mercosul; foi uma longa construção institucional. Nós ainda reconhecemos o Mercosul como algo importante, mas o Mercosul não pode se constituir numa trava para [impedir] que o Brasil busque um padrão de inserção em outros blocos econômicos", disse ao participar de um seminário no Rio de Janeiro; para ele, um acordo entre a União Européia e o bloco sul-americano está entre as prioridades

    Brasília- DF- Brasil- 01/12/2014- Após ser anunciado como novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o senador Armando de Queiroz Monteiro Neto, fala à imprensa no Palácio do Planalto. (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) (Foto: Paulo Emílio)
    Paulo Emílio avatar
    Conteúdo postado por:

    Vínicius Lisboa, Repórter da Agência Brasil - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse hoje (8) que o Mercosul não deve ser trava para que o Brasil busque acordos com outros mercados. Ao participar do seminário Brasil: Perfil de Competitividade, no Rio de Janeiro, ele destacou que as exportações precisam ser um canal permanente para a economia brasileira, e não um escape para momentos de crise.

    Para ele, um acordo entre a União Européia e o bloco sul-americano está entre as prioridades. Segundo o ministro, desde março, sua equipe tem dado "prioridade absoluta" ao mercado americano, que foi o maior comprador de produtos manufaturados brasileiros em 2014.

    "O Brasil fez uma construção importante na questão do Mercosul; foi uma longa construção institucional. Nós ainda reconhecemos o Mercosul como algo importante, mas o Mercosul não pode se constituir numa trava para [impedir] que o Brasil busque um padrão de inserção em outros blocos econômicos."

    Depois, ao responder a perguntas da plateia, o ministro afirmou que os acordos do Mercosul não colidem com negociações com outros países. "O Brasil pode, de algum modo, caminhar mesmo com as limitações que são impostas pelo Mercosul. Nosso casamento é indissolúvel, mas é sempre importante discutir a relação", afirmou.

    De acordo com o ministro, o comércio exterior é uma forma de aumentar a competitividade das empresas brasileiras, porque empresas capazes de exportar se tornam mais competitivas.

    Ele reconheceu que a indústria sofreu nos últimos anos com a valorização do real, mas ressaltou que, no momento, o câmbio está mais favorável. "O câmbio nos oferece uma certa janela de oportunidade. Não quero supervalorizar, porque ainda há uma apreciação, mas o fato é que ele flutuou mais, e essa flutuação vai compensar dificuldades e custos sistêmicos, que são muito altos. Temos que aproveitar esse canal [do comércio exterior]."

    Armando Monteiro disse ainda que a valorização das commodities (produtos básicos com cotação internacional) nos últimos anos gerou uma acomodação no país, que se beneficiou com a alta de preços de minérios e produtos agrícolas, por exemplo.

    "O Brasil viveu um superciclo das commodities, que produziu uma situação de acomodação. Muitos imaginaram que o Brasil havia contratado a prosperidade de forma definitiva. No entanto, o ciclo passou, ou está passando em certa medida", disse ele, e acrescentou: "Está na hora de o Brasil voltar-se para os seus desafios, os que ainda estão aí e permanecem: uma agenda de reformas inconclusas – portanto, sem as reformas – e uma melhoria no ambiente macroeconômico, o Brasil não terá condições de retomar o seu processo de crescimento."

    ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

    ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

    iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

    Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: