Na guerra do BB, Ricardo Oliveira ri por último
A se confirmar informação publicada nesta sexta pelo Valor, Ricardo Oliveira (dir.), que acaba de ser demitido da vice-presidência do Banco do Brasil, terá conseguido emplacar o presidente da Previ; será Dan Conrado (centro), no lugar de seu desafeto Ricardo Flores (esq.); assim, “Ricardo Gordo” será a eminência parda mais poderosa da República
247 – Demitido na semana passada do Banco do Brasil, o executivo Ricardo Oliveira, ex-vice-presidente da área de governo da instituição, está prestes a se transformar na principal eminência parda do governo Dilma Rousseff. Segundo o jornal Valor Econômico, a presidente tomou a decisão de demitir Ricardo Flores, presidente da Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, e nomeará em seu lugar o executivo Dan Conrado. Flores era o principal desafeto de Oliveira, que, com Dan, terá conseguido emplacar um de seus aliados na Previ. Uma instituição poderosa, com direito à presidência do Conselho da Vale e em várias outras grandes empresas privadas, como Embraer e Brasil Foods.
De acordo com a reportagem do Valor, assinada por Cristiano Romero e João Villaverde, Dilma teria ficado irritada com a informação de que a base aliada bloquearia votações de interesse do governo se Flores, que tem apoio de parte do PT, do PMDB e do PSB, fosse demitido. Sem ceder à pressão, Dilma teria mandado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, demitir Flores imediatamente – decisão que seria anunciada no próximo dia 5.
A guerra no Banco do Brasil teve início há cerca de três meses e foi fomentada pelo ex-vice-presidente Ricardo Oliveira, que tinha ascendência sobre o próprio presidente do banco, Aldemir Bendine. No ponto mais crítico, o BB demitiu o ex-vice-presidente Allan Toledo, supostamente ligado a Flores, e seus dados bancários foram expostos na imprensa. Acusado na Folha de S. Paulo de receber recursos sem origem, Toledo foi inocentado pelo Conselho de Ética da presidência da República e o BB pode se tornar réu num processo por quebra de sigilo bancário – nesse quadro, a permanência de Ricardo Oliveira, chamado internamente de “Ricardo Gordo”, se tornaria insustentável, o que precipitou sua demissão.
Apesar da demissão, no entanto, Oliveira continuou agindo nos bastidores. E seu principal elo de ligação com o governo Dilma é o ministro Gilberto Carvalho, que foi também responsável pela nomeação de Aldemir Bendine, o Dida. A demissão de Flores vinha sendo colocada por Dida e Oliveira como ponto de honra para empatar o jogo na guerra entre Banco do Brasil e Previ. No entanto, no núcleo duro do governo, não havia consenso quanto a isso. “Nessa guerra, só havia um lado que atacava e era o do Ricardo Gordo”, disse ao 247 um dos principais interlocutores da presidente Dilma Rousseff.
A se confirmar a informação publicada nesta sexta-feira pelo Valor Econômico, Ricardo Gordo, mesmo demitido, terá vencido a guerra interna do BB e será a maior eminência parda do governo Dilma.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: