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Economia

Nuvem negra sobre a Vale

Multas na justia, royalties ao governo, sucesso presidencial tensa e demorada, brigas na Argentina... Confuses baixam valor das aes e prejudicam 4 milhes de acionistas

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247_ Lu Miranda – Que fase... Da sucessão praticamente feita em praça pública à recente briga com a justiça e alguns dos políticos mais poderosos da Argentina, a Vale vem dano seguidos sustos em seus investidores e acionistas. A empresa é uma das dez mais globalizadas do Brasil, com presença no mercado financeiro mundial. Desde o lançamento dos papéis na extinta Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 1943, a multinacional estendeu presença em bolsas européias, Hong Kong, Nova York, além da bolsa brasileira. Ao todo, são 4 milhões de acionistas. E é na BM&FBovespa que a mineradora vem causando mais incertezas. As ações preferenciais da Vale respondem por um volume de 10,46% na composição do Ibovespa, o principal índice. Tamanho peso faz o mercado no país balançar diante de sucessivas polêmicas envolvendo a companhia. As ações vêm tendo perdas acentuadas desde o ano passado. No acumulado de 12 meses, as ações ordinárias (VALE5) perdem mais de 10% e os papéis preferenciais (VALE3) têm desvalorização superior a 6%.

Impasse no pagamento de royalties de R$ 4 bilhões ao governo, multas estabelecidas pela justiça por impactos ambientais, além da decisão do STJ de obrigar a mineradora a pagar uma indenização de R$300 milhões para a Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, como compensação de perdas inflacionárias em contratos de ouro referentes aos Planos Verão e Collor. Somam-se aos fatos negativos as longas semanas de incertezas quanto à sucessão de Roger Agnelli na presidência da companhia. Depois de muita pressão do governo, e oscilação das ações na bolsa, os controladores decidiram por Murilo Ferreira, ex-executivo da Vale afastado por 2 anos, e nome do agrado da presidente Dilma Roussef.

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Como se os problemas internos não bastassem, a Vale está com pendências também na vizinha Argentina. Em 2009, a multinacional comprou da Rio Tinto por US$ 4,5 bilhões o projeto de exploração “Potássio Rio Colorado” no sopé da Cordilheira dos Andes. Junto com a possibilidade de extração de um dos maiores depósitos de sais de potássio do mundo, a companhia também adquiriu o ônus de impasses políticos na região.

Esta semana, o governo da província de Mendoza cobrou da companhia um relatório sobre o cumprimento das condições estabelecidas na ocasião da autorização para a exploração do potássio. Entre outros compromissos assumidos, a Vale teria que contratar 75% de trabalhadores locais. O subsecretário de Hidrocarbonetos, Minas e Energia, Walter Vásquez, questiona que a companhia não está cumprindo os termos.

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Desde que a Vale foi colocada contra a parede pelo governo de Mendoza, políticos e empresários argentinos ligados à presidente Cristina Kirchner também passaram a fazer ataques ferrenhos ao projeto da mineradora e podem atrapalhar os planos de produção de 2,4 milhões de toneladas por ano de cloreto de potássio a partir de 2013, além de construção de uma central de industrialização em Malargue, uma via férrea de 360 km e um porto na província de Buenos Aires.

A Vale afirma que cumpre as normas estabelecidas desde a chegada à região. Recebeu prazo de 30 dias, a vencer no início de maio, para entregar um relatório com a descrição das operações. O gerente geral da companhia, Marcos Gutiérrez, e o gerente para assuntos legais, Juan Bizet, informaram à imprensa local que o presidente do Potássio Rio Colorado, Francisco Cisne Pessoa, vai viajar à província na próxima semana para se reunir com o governador, Celso Jaque, e autoridades.

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Além da tensão em Mendoza que representa risco de cassação da licença para o projeto, a província vizinha, Neuquén, também quer uma fatia do negócio com a contratação de trabalhadores neuquinos. O argumento usado pelo governador Jorge Sapag é de que muitas empresas brasileiras que fazem trabalhos para a Vale no local se instalaram na cidade neuquina de Rincón de los Sauces. Sapag tem interesse de entrar no imbróglio para conseguir visibilidade antes de tentar a reeleição em junho.

Para piorar, integrantes da União de Operários da Construção Civil (Uocra) de Neuquén fazem piquetes nas estradas para impedir o trânsito de trabalhadores da Vale até a mina.

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Segundo informações da mineradora, caso todo o impasse não atrapalhe o andamento do projeto, a Argentina pode se posicionar entre os cinco maiores produtores de fertilizantes do mundo, com 10% do mercado global. E o potássio é a principal matéria-prima. Não é de se estranhar a reação dos hermanos em conseguir este feito por uma empresa brasileira.

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