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      O desemprego oculto dos EUA

      Economistas estimam que a força de trabalho norte-americana tem 4 milhões de pessoas a menos em relação a dezembro de 2007; se todas essas pessoas tivessem permanecido no mercado, a taxa de desemprego de agosto, de 8,1%, teria sido de 10,5% 

      O desemprego oculto dos EUA
      Aline Oliveira avatar
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      Por Lucia Mutikani - WASHINGTON, 23 Set (Reuters) - Quando Daniel McCune graduou-se na universidade há três anos, ele acreditava que suas boas notas lhe renderiam um emprego como analista de inteligência no governo.

      Com um diploma em Serviços e História do Governo da Universidade de Liberty, no estado de Virginia, McCune enviou seu currículo para a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), para o Escritório Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) e para outras agências.

      Mas após uma longa busca que resultou em apenas duas entrevistas, o jovem de 26 anos de idade jogou a toalha em outubro passado, juntando-se a milhões de norte-americanos frustrados que abandonaram a procura por um emprego.

      "Não há nada lá fora e provavelmente não haverá nada por um tempo", disse McCune, de New Concord, Ohio. Ele voltou a sua cidade natal para viver com seus pais, que estão ajudando-o a quitar sua dívida universitária de cerca de 20 mil dólares.

      "Eu não gosto, é vergonhoso. Não quero ser um fardo para meus pais", disse McCune, acrescentando que se sente como alguém que abandonou a escola.

      Economistas, analisando dados do governo, estimam que a força de trabalho norte-americana conta com 4 milhões de pessoas a menos em relação a dezembro de 2007, principalmente devido a uma falta postos de trabalho e não ao envelhecimento regular da população dos EUA. O tamanho dessa diferença destaca a severidade da crise de desemprego.

      Se todas essas pessoas tivessem permanecido na força de trabalho, a taxa de desemprego de agosto, de 8,1 por cento, teria sido de 10,5 por cento.

      A crise de desemprego levou o Federal Reserve, banco central norte-americano, a lançar na semana passada um novo programa de compra de bônus e a prometer dar continuidade a ele até que o mercado de trabalho melhore. A crise também representa um desafio para a tentativa de reeleição do presidente Barack Obama.

      A taxa de participação da força de trabalho, ou a proporção de norte-americanos com idade para trabalhar que têm um emprego ou estão procurando por um, caiu 2,5 por cento desde dezembro de 2007, caindo ao menor patamar em 31 anos, a 63,5 por cento.

      "Nunca registramos uma queda como essa em outras recessões. A economia está pior do que as pessoas acreditam quando as pessoas apenas analisam a taxa de desemprego", disse o bolsista sênior de pesquisa do Mercatus Center na Universidade de George Mason em Arlington, Virginia, Keith Hall.

      A taxa de participação se manteria estável se a economia crescesse a níveis normais. Acredita-se que apenas um terço da queda da taxa de participação se deva ao envelhecimento da população dos EUA.

      A economia perdeu 8,7 milhões de postos de trabalho durante a recessão de 2007-09 e recuperou, até agora, pouco mais de metade disso.

      Economistas dizem que cerca de 125 mil empregos precisam ser gerados por mês apenas para manter a taxa de desemprego estável.

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