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Economia

O que quebra o Brasil é o receituário neoliberal, diz Marcio Pochmann

“Essa inviabilidade se dá pelo próprio receituário neoliberal, que não dá alternativas. A alternativa (para o governo) é corte de gastos, privatização. Obviamente, esse horizonte não é adequado para pensar a elevação da renda, do emprego”, diz ele

O receituário neoliberal não tem solução para crises, avalia o economista (Foto: MARCELLO CASAL JR - AGÊNCIA BRASIL)
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Da Rede Brasil Atual – Em seu primeiro dia de trabalho em 2021, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira (5), que “o Brasil está quebrado” e que ele não consegue “fazer nada”. Além disso, também atribuiu a alta do desemprego à falta de formação do brasileiro. “Uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada”, afirmou.

Para o economista Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a declaração do presidente de que o Brasil está quebrado é uma espécie de “sincericídio”, ao apontar a inviabilidade do país, em termos econômicos.

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Para Pochmann, o país tem saída. Mas só se parar de insistir no que chamou de “receituário neoliberal“. “Essa inviabilidade se dá pelo próprio receituário neoliberal, que não dá alternativas. A alternativa (para o governo) é corte de gastos, privatização. Obviamente, esse horizonte não é adequado para pensar a elevação da renda, do emprego”, afirmou em entrevista ao Jornal Brasil Atual nesta sexta-feira (8).

Esse tipo de medida foi defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que tentou justificar a declaração do seu chefe. Segundo ele, a fala de Bolsonaro revelava compromisso com a “responsabilidade fiscal”. E prometeu mais cortes e privatizações em 2021.

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Segundo o economista da Unicamp, esse tipo de declaração também serve para justificar o fim das políticas de estímulo, adotadas em 2020 para combater os efeitos da pandemia. Com o fim do auxílio emergencial e do programa de manutenção do emprego, qualquer eventual recuperação da economia será ainda mais difícil em 2021.

“O fato é que, em 2021, dificilmente a gente vai voltar a recuperar a economia, porque esses mecanismos que foram muito importantes possivelmente não estarão presentes”. No entanto, se tratam de “medidas paliativas”, que não são capazes de garantir desenvolvimento no longo prazo.

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Saídas

Pochmann destacou que o país completou seis anos sem crescimento econômico expressivo. E, entre 2014 e 2019, foram perdidos mais de 2 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. A saída, segundo ele, é um plano de desenvolvimento, tendo o setor industrial como “coluna vertebral”. Segundo Pochmann, um país de mais de 200 milhões de habitantes não pode ficar dependente do agronegócio.

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