OIT nega ter avalizado projeto que altera a legislação trabalhista
A OIT (organização Internacional do Trabalho) rebateu a afirmação do relator da reforma trabalhista na Câmara, Rogério Marinho (PSDB-RN), de que a instituição teria reconhecido que o projeto do governo Temer, que agora tramita no Senado, não fere direitos dos trabalhadores; A organização emitiu dois comunicados negando as alegações do deputado
247 - A OIT (organização Internacional do Trabalho) emitiu dois comunicados, nos últimos dois dias, negando que tenha avalizado as alterações na legislação trabalhistas propostas pelo governo brasileiro.
A afirmação foi feita pelo relator da reforma trabalhista na Câmara, Rogério Marinho (PSDB-RN).
As informações são de reportagem de Fabio Murakawa no Valor.
Marinho esteve em Genebra há três semanas e divulgou na semana passada nota dizendo que "a OIT excluiu o Brasil da lista de possíveis infratores das normas trabalhistas internacionais" e que, "com isso, a entidade não avaliza as acusações de que a modernização das leis do trabalho no país poderão infringir direitos do trabalhador".
O deputado comemorava, assim, o fato de o Comitê de Peritos para Aplicação das Convenções e Recomendações da OIT não ter incluído o Brasil entre os 24 casos que serão discutidos pela Comissão de Aplicação de Normas (CAN) da entidade durante a 106ª Conferência Internacional do Trabalho, que ocorre em Genebra até sexta-feira.
A viagem de Marinho ocorreu após denúncia contra o projeto apresentada por centrais sindicais. O deputado chegou ser parabenizado pelo Itamaraty pela defesa que fez da reforma trabalhista.
As afirmações de Marinho, entretanto, causaram mal-estar na OIT, uma vez que a entidade não pode opinar sobre projetos de lei. Respondendo a questionamento feito pelo líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), sobre sua posição a respeito da reforma, o diretor do escritório da entidade no Brasil, Peter Poschen, disse que "uma possível validação da OIT com relação ao referido projeto foge à realidade". "A OIT não proferiu nenhum parecer sobre o projeto de lei", escreveu.
"Desta forma, a exclusão do Brasil da lista dos 24 casos não está relacionada mérito do PLC 38/2017 e não deve ser interpretada, de maneira alguma, como uma opinião sobre o referido projeto", escreveu.
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