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Economia

Os ruidosos alto-falantes

No Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o único passageiro que não costuma aparecer para embarcar chama-se Silêncio

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No Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o único passageiro que não costuma aparecer para embarcar chama-se Silêncio. Também pudera: pelo menos de cada dez minutos, nove são ocupados por anúncios nos alto-falantes. É comum ver viajantes, a maioria executivos e profissionais que viajam a negócios, nas salas de espera, tentando se concentrar em leituras, notebooks e smartphones, ou em grande esforço para ouvir ou ser ouvido pelos seus celulares.

Este fato não difere do que ocorre em outros aeroportos brasileiros, mas se distancia anos-luz do que é praticado em outros países, mais civilizados. Lá, passageiros costumam se orientar mais por painéis eletrônicos do que por avisos histéricos feitos pelos estressados despachantes das companhias aéreas.

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O que ocorre em Congonhas? Ou o procedimento está errado, ou então há abuso das empresas aéreas. Provavelmente ambos.

A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informa que há dois sistemas de som. Um é usado em áreas públicas como o saguão, check-in e desembarque. Outro, apenas na sala de embarque. Os dois sistemas vinculam diferentes tipos de informações. Desde outubro de 2009, a fim de diminuir o ruído, não há mais chamadas de voos nas áreas públicas em todos os aeroportos da Infraero. Elas se restringem a dar informações e alertas de interesse geral, como cuidado com as bagagens, portarias e leis como a anti-fumo, em São Paulo, ou para localizar alguma pessoa. Esses avisos de utilidade pública são veiculados em média a cada 30 minutos.

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Já na sala de embarque de Congonhas, as empresas aéreas são orientadas a manter os passageiros informados sobre os voos por intermédio do serviço de som. Aí reside o problema. Para cada voo, a Infraero determina três chamadas: embarque próximo, embarque imediato, e última chamada. Em caso de troca de portão, o que ocorre com frequência, não há um número mínimo de chamadas.

Ora, basta fazer as contas para concluir que três anúncios de cerca de um minuto cada para as 17 decolagens por hora de Congonhas são pelo menos 51 minutos de anúncios. Isso quando uma companhia não comete algum abuso, como embutir no comunicado informações comerciais disfarçadas e irrelevantes.

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A Infraero diz adotar em seus aeroportos normas e recomendações internacionais e que tem flexibilidade para implantar novas diretrizes para aprimorar os trabalhos dos terminais, "visando a excelência no atendimento de passageiros e usuários". Então, não seria o caso de a empresa priorizar o sistema de painéis eletrônicos como meio de comunicação principal nos terminais, e que costumam ser eficazes e suficientes na maioria dos aeroportos civilizados do mundo? Será que não dá para reduzir o número e tempo dos anúncios feitos em alto-falantes ao mínimo necessário?

Se houvesse um chamado a menos e o texto das companhias aéreas fosse padronizado, isso daria um ganho de 20 minutos por hora. Além disso, esta seria a forma de acabar com a sensação de feira livre nos aeroportos, resgatando o direito do viajante à tranquilidade – principalmente quando ele tem que se submeter a várias horas de espera.

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