Panamericano na lona de novo. Quem paga a conta?
O banco, que quebrou nas mos de Silvio Santos, j precisa de mais R$ 600 milhes; a Caixa, que presidida por Jorge Hereda e j enterrou um caminho de dinheiro ali dentro, vem sendo chamada a capitaliz-lo; o novo dono, no entanto, se chama Andr Esteves (dir.), do BTG Pactual
247 – Quanto mais se mexe na história do Banco Panamericano, pior é o cheiro. Em 2009, o banco, que pertencia ao apresentador Silvio Santos, recebeu um aporte de R$ 750 milhões da Caixa Econômica Federal, quando sua situação já era crítica. Um ano depois, às vésperas da eleição presidencial, Silvio Santos marcou uma audiência com o presidente Lula. Nela, deixou claro que precisava de ajuda (leia mais aqui). Pouco depois, o governo começou a organizar uma operação de resgate que culminou com um aporte de R$ 4,3 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito e a transferência do controle do Panamericano para o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves. Nesse novo arranjo, a Caixa ficou com 36% do capital e o BTG passou a controlar a instituição financeira, com 51% das ações ordinárias.
Com o controle da instituição, o BTG indicou para a presidência do Panamericano o executivo José Luiz Acar Pedro, ex-Bradesco. Agora, pouco tempo depois da aquisição, o Panamericano está de novo na lona. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira, o banco necessita de uma quantia estimada entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão. O nível de capital do banco, segundo o Banco Central, é considerado “baixíssimo”, diante do volume de empréstimos da instituição.
De acordo com a reportagem da Folha, “esse aumento de capital teria de ser feito ainda neste ano, mas há um problema”. O problema, segundo a Folha, é o fato de a Caixa estar sendo alvo de uma investigação da Polícia Federal, que apura se o banco estatal, presidido por Jorge Hereda, teria comprado sua participação no Panamericano cedendo a pressões políticas. Até porque o responsável pela transação, o executivo Marcio Percival, indicado pelo ministro Guido Mantega para a Caixa, seria também amigo pessoal de Rafael Palladino, ex-presidente do Panamericano.
Novo dono
Ocorre que, para preservar sua participação acionária, a Caixa teria que enterrar ainda mais dinheiro no Panamericano – algo entre R$ 250 milhões e R$ 360 milhões, dependendo do valor do aumento de capital. E seria delicado aprovar a transferência de mais dinheiro público para um banco tão enrolado.
Segundo o executivo José Luiz Acar Pedro, a capitalização não é tão urgente e seria possível fazer uma emissão de ações em 2012. Quando comprou o Panamericano, o BTG Pactual ganhou 17 anos para quitar a operação e levou um banco sem dívidas. Mas o noticiário policial em torno da instituição tem prejudicado o desempenho da instituição financeira.
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