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Economia

Para exportadores, ação da PF favorece EUA e Austrália

O presidente da AEB, associação que reúne os exportadores brasileiros, José Augusto Castro, considerou uma tragédia histórica a notícia de que frigoríficos brasileiros pagavam propinas a fiscais sanitários para liberar carnes e acredita que o impacto do escândalo vai além do mercado de proteína animal, influenciando também os preços de grãos no mercado global; "É a maior crise da história do Brasil do mercado de carnes", disse Castro à Reuters. "Vai aumentar custo com mais fiscalização e menos receita. Podemos ver uma perda de competitividade", acrescentou, citando como possibilidade a imposição de barreiras fitossanitárias mais rigorosas entre os importadores da carne nacional, além de perda de mercados para fortes concorrentes como Estados Unidos e Austrália

Brasil, Promissão, SP, 09/03/2006 – Foto: Alf Ribeiro – Linha de produção e corte de carne do Frigorífico Marfrig, em Promissão, SP (Foto: Leonardo Attuch)
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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da AEB, associação que reúne os exportadores brasileiros, José Augusto Castro, considerou uma tragédia histórica a notícia de que frigoríficos brasileiros pagavam propinas a fiscais sanitários para liberar carnes e acredita que o impacto do escândalo vai além do mercado de proteína animal, influenciando também os preços de grãos no mercado global.

Ele avaliou que carne de origem duvidosa é menos valorizada no mercado e para que possa a voltar a entrar nos mercados consumidores externos, os compradores podem oferecer preços menos atrativos e fazer uma análise de qualidade mais minuciosa. Isso aumentaria o custo ao exportador nacional.

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"É a maior crise da história do Brasil do mercado de carnes", disse Castro à Reuters. "Vai aumentar custo com mais fiscalização e menos receita. Podemos ver uma perda de competitividade", acrescentou, citando como possibilidade a imposição de barreiras fitossanitárias mais rigorosas entre os importadores da carne nacional, além de perda de mercados para fortes concorrentes como Estados Unidos e Austrália.

"O pior é que a denúncia envolve grandes empresas. Não tem desculpa para dizer que elas não tem estrutura", disse Castro.

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Analistas consultados pela Reuters mais cedo manifestaram posições semelhantes sobre impactos para as exportações de carne brasileira e perda de confiança de consumidores nacionais.

O secretário-executivo do ministério, Eumar Novacki, reconheceu que o governo federal teme uma reação dos mercados internacionais. "Existe sim o receio de fechamento dos mercados, mas estamos conversando", disse o secretário a jornalistas, confirmando que instituições da União Europeia e dos Estados Unidos já fizeram contato com o governo brasileiro para levantar questões sobre a operação.

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"Lógico que nos preocupa o mercado internacional. Existem falhas mas estamos aprimorando o sistema”, acrescentou.

Os impactos dessa fraude na fiscalização no mercado de carnes também devem ser sentidos no mercado de grãos. Produtos como milho e soja, com forte presença na pauta exportadora brasileira, devem ter uma redução de preços no mercado global, na avaliação do dirigente.

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"Se o Brasil reduzir a quantidade (de carne) exportada, principalmente o frango que consome muita ração, vamos deixar de transformar soja e milho em farelo; vai ter que colocar isso no mercado externo e com oferta maior isso pode derrubar o preço (dos grãos)".

No primeiro bimestre deste ano, o preço da carne de frango exportada pelo Brasil subiu 21 por cento, afirmou Castro. "É claro que vai perder essa alta." Já o preço da carne bovina avançou 4,2 por cento e a suína subiu 29 por cento a tonelada, disse o presidente da AEB.

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Para minimizar os efeitos do escândalo, Castro defende a entrada de importadores no Brasil para analisarem in loco a qualidade dos produtos.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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