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Paulo Nogueira Batista Jr. prevê desglobalização no mundo pós-pandemia

“Esse termo ‘desglobalização’ é muito apropriado, é muito provável que ocorra algo dessa natureza, já está ocorrendo, na verdade”, avalia o economista e ex-diretor executivo do FMI. Assista

Paulo Nogueira Batista Jr. (Foto: Brasil 247)

247 - O economista e ex-diretor executivo do FMI Paulo Nogueira Batista Jr. conversou com a TV 247 sobre a crise do novo coronavírus e suas consequências. Ele alertou para os aspectos da desglobalização e afirmou que o Brasil precisa modificar seu cenário político para evitar uma desarticulação total da resposta à crise.

Paulo Nogueira Batista Jr. analisou que a globalização tem sofrido fortes golpes desde a crise de 2008, e que agora sofre um golpe ainda maior. “Esse termo ‘desglobalização’ é muito apropriado, é muito provável que ocorra algo dessa natureza, já está ocorrendo, na verdade. Se você olhar para trás, o bicho saiu da jaula depois dos anos 70, que animal foi esse? Esse animal que saiu por aí foi a chamada globalização neoliberal que começou mais ou menos na década de 80 do século passado e durou mais ou menos 30 anos. Desde 2008 ou 2009 você tem observado que esse animal tem sofrido repetidos baques”.

Além da desglobalização, o economista disse que o Brasil pode passar por um processo de desestruturação e, para evitar esta possibilidade, afirmou que é preciso mudar o cenário político brasileiro, ressaltando que aguardar até 2022, quando ocorre a próxima eleição presidencial, pode não ser viável. “Há um risco não só de desglobalização mas como de desestruturação do Brasil, que já vinha em curso. Se essa crise for muito fundo e quebrar completamente o País e a economia, podemos ter uma desarticulação de tal magnitude que nós nos tornemos incapazes de responder positivamente a essa desglobalização e oportunidades que ela cria. É politicamente fundamental não demorar a mudar o cenário político brasileiro, não sei se dá para esperar as eleições de 2022. O cenário que está se configurando é um cenário em que forças conservadoras da direita tradicional estão tentando promover uma espécie de interdição branca do Bolsonaro, o chamado presidente operacional”.

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