Petra desiste de 9 blocos arrematados em leilão
Petroleira do empresário de Pernambuco, Roberto Viana, foi uma das empresas que mais arrematou na 11a Rodada de Licitações de áreas exploratórias de petróleo, mas assim como a OGX, do empresário Eike Batista, não pagou o bônus de assinatura de todas as áreas. O valor total é da ordem de R$ 111 milhões
Por Sabrina Lorenzi
Reuters - A petroleira brasileira Petra Energia, uma das empresas que arrematou mais blocos na 11a Rodada de Licitações de áreas exploratórias de petróleo, desistiu de nove áreas que venceu no leilão.
A empresa informou à Reuters na noite desta quinta-feira que não ficará com as áreas da Bacia do Parnaíba que disputou e venceu no certame "para poder se concentrar nas áreas onde tem presença mais diferenciada".
"A Petra e seus investidores decidiram concentrar sua presença onde a empresa tem posicionamento diferenciado, especialmente no Tucano Sul onde ganhou 15 dos 16 blocos que disputou e na bacia de Pernambuco-Paraíba onde adquiriu a totalidade dos blocos onde 'bidou' com 70 por cento de interesse", disse em nota à Reuters a diretora corporativa da Petra, Ana Bizzotto.
A Petra, grande exploradora de petróleo em terra, arrematou 28 blocos no leilão realizado em meados de maio, e deveria ter pago até o dia 30 de agosto à ANP um total em bônus de assinatura da ordem de 111 milhões de reais.
Assim como a OGX, do empresário Eike Batista, a Petra não pagou o bônus de assinatura de todas as áreas pelas quais apresentou oferta à Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), disseram mais cedo à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto, sob condição de anonimato.
A empresa ainda não assinou nenhum dos contratos de concessão para as áreas que arrematou no leilão, mas ainda tem até o dia 17 de setembro para fazê-lo no caso dos blocos cujos bônus de assinatura foram pagos.
"A empresa realizou a entrega da totalidade dos pagamentos e das garantias para 19 blocos, sendo 15 blocos na bacia do Tucano Sul e 4 blocos na bacia Pernambuco-Paraíba", disse a diretora da Petra.
Os contratos serão assinados em 17 de setembro, de acordo com cronograma definido pela ANP, acrescentou.
A Petra teria se comprometido com mais áreas do que poderia pagar, disse uma das fontes sem detalhar, contudo, que blocos serão devolvidos.
A empresa venceu disputas acirradas com a Petrobras, Ouro Preto e OGX para ficar com áreas nas bacias do Parnaíba e Tucano Sul. A portuguesa Galp e as empresas Geopark e Alvopetro também perderam disputa para a Petra.
Contatada, a ANP não comentou o assunto imediatamente.
55 BLOCOS SEM CONTRATO
A agência convocará os segundos colocados nas disputas pelas áreas objeto de desistência pela Petra e outras empresas. De acordo com as regras do leilão, as segundas colocadas têm direito de ficar com os blocos abandonados, desde que se comprometam com a oferta realizada pela vencedora.
Segundo uma das fontes, algumas empresas deram passos maiores que sua capacidade de pagamento na 11a Rodada. Como ficaram vários anos sem chance de arrematar áreas por falta de leilões, estas empresas teriam se "empolgado demais".
Dos 142 blocos arrematados, 55 ainda não tiveram contratos de concessão assinados, segundo informações da ANP.
A OGX desistiu de nove dos 13 blocos que venceu nas disputas da 11a rodada. A empresa informou a desistência a três dias do prazo do pagamentos dos bônus, em meio a uma grave crise financeira agravada pelo recuo da malaia Petronas em realizar um pagamento relativo à compra de uma fatia de dois blocos da OGX na Bacia de Campos.
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