Petrobras: análise técnica da situação, sem economês
Se o custo de exploração na camada pós-sal é de média de US$ 16 por barril e segundo informações da própria Petrobras, o custo de exploração do poços do pré-sal, não sai por menos de US$ 40 por barril
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Apesar do reajuste dos combustíveis, a Petrobras viu seu lucro cair 17% no primeiro trimestre deste ano na comparação com igual período de 2012, na esteira da produção menor de petróleo e da despesa crescente com a importação de derivados. De janeiro a março de 2013, a estatal lucrou R$ 7,693 bilhões, abaixo dos R$ 9,214 bilhões registrados no mesmo período de 2012. Fonte: Folha.
Comentário. O lucro da Petrobras no primeiro trimestre, abaixo do esperado, ainda assim contou a favor o componente do dólar, controlado pelo Banco Central em níveis de R$ 2. Não se sabe se nos próximos trimestres o lucro se mantém no mesmo patamar. As refinarias estão operando no limite máximo de capacidade de operação e as novas refinarias só entrarão em operação, na melhor das hipóteses, no primeiro semestre de 2015. Quanto mais combustíveis importa, menos lucro tem a Companhia.
A 11ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo) acontece em época pouco favorável às empresas brasileiras de capital aberto --Petrobras, OGX e HRT--, devido à restrição dos caixas dessas companhias. Mesmo restrita pelo robusto plano de investimentos e a obrigação de ter 30% em todos os blocos que serão vendidos no leilão do pré-sal, a Petrobras deve ter boa presença no leilão, porém menor do que no passado. Fonte: Folha.
Comentário. Em todos os blocos de exploração, pela legislação atual a do regime de partilha, a Petrobras fica com 30% de participação em todos blocos licitados. Isto, de cara, demanda volume de investimento, ainda não avaliado, que poderá estar acima da capacidade da Companhia, em razões expostas nocomentário acima. Lembrando que o limite de endividamento da Petrobras, também, está se aproximando do grau de risco em alerta. A geração de caixa com os ativos do Golfo do México, antes previsto em US$ 14,8 bilhões, rebaixado para US$ 9,9 bilhões, ao que me parece está comprometida. Não tem comprador que queira pagar o preço.
O processo de exploração de petróleo é bastante complexo, por dois motivos principais: 1) sua dependência cada vez mais acentuada de novas tecnologias para aplicação em áreas de maior risco geológico e 2) situações logísticas cada vez mais difíceis. Justamente por causa do risco geológico, requer uma avaliação muito cuidadosa: há altos investimentos, que podem não dar certo. Fonte: Folha.
Comentário. Das reservas conhecidas e potencialmente viáveis, as bacias localizadas no pós-sal, já estão em fase de esgotamento. As novas áreas a serem licitadas estão localizados na camada pré-sal. O problema é que o custo de exploração na camada pós-sal é de média de US$ 16 por barril e segundo informações da própria Petrobras, o custo de exploração do poços do pré-sal, não sai por menos de US$ 40 por barril, num acréscimo de 150% de custo sobre os poços em exploração, atualmente. Isto significa que a geração de lucro ou de caixa da Petrobras será cada vez mais onerosa. Como a Graça Foster vai tentar manter o lucro com expressivo aumento de custos é uma boa incógnita a ser decifrada.
Comentário final.
O futuro da Petrobras depende basicamente de 4 variáveis importantes, quais sejam: 1) Se o Banco Central vai conseguir segurar o dólar no patamar de R$ 2, super depreciado. 2) Se o preço do óleo Brent no mercado internacional vai se manter no patamar de US$ 100. 3) Se a Petrobras conseguirá gerar o mesmo índice de lucratividade do pós-sal, nas explorações na camada pré-sal. 4) Se a Petrobras vai conseguir levantar empréstimos sem entrar em zona de risco cinzento, conforme avaliação de rating das agências de riscos.
Vamos ser otimistas e torcer que as 4 variáveis sejam elas todas contornáveis, sem prejuízo do Plano de Expansão da Petrobras. Digamos que ainda há nuvens Cumulus Nimbus (CB) no horizonte!
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