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Economia

Petrobras e empreiteiras já sangram a economia

Sucessão de denúncias, perda de valor em bolsa e queda do preço do petróleo envolvem maior empresa brasileira em inferno astral; fornecedores demitem; maiores empreiteiras do País sob risco de serem banidas do mundo dos negócios, por inidoneidade; mercado internacional de financiamento se fecha para companhias nacionais; varejo, porém, resiste e compras no comércio crescem em outubro; presidente Dilma Rousseff e nova equipe econômica desafiados a retomar iniciativa; o que fazer?

Sucessão de denúncias, perda de valor em bolsa e queda do preço do petróleo envolvem maior empresa brasileira em inferno astral; fornecedores demitem; maiores empreiteiras do País sob risco de serem banidas do mundo dos negócios, por inidoneidade; mercado internacional de financiamento se fecha para companhias nacionais; varejo, porém, resiste e compras no comércio crescem em outubro; presidente Dilma Rousseff e nova equipe econômica desafiados a retomar iniciativa; o que fazer? (Foto: Aline Lima)
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Marco Damiani, 247 – Um eixo central da economia brasileira está emperrando a olhos vistos. Na bilionária cadeia produtiva que tem numa ponta a Petrobras, na outra milhares de fornecedores e prestadores de serviço e no meio as maiores empreiteiras do País, o caos está se firmando. O aprofundamento da operação Lava Jato, com o indiciamento de 36 altos executivos de companhias conhecidas de todos como Camargo Correa, OAS e Queiroz Galvão – além da Odebrecht que, investigada no Rio de Janeiro, está prestes a cair nas garras da Justiça – está paralisando o mercado. A recuperação da economia brasileira, assim, encontra uma nova ameaça: a sangria da maior companhia brasileira e de todas as suas grandes parceiras.

Na última sexta-feira 12, os reflexos negativos desta situação estavam por quase todas as partes.

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Na Bolsa de Valores de São Paulo, a Petrobras amargou uma nova perda de quase 5%, perfazendo uma queda de impressionantes 17% de valor de mercado nos últimos cinco pregões. Foi o pior semana da companhia desde novembro de 2008. Agora, a estatal tem seu menor valor de mercado em dez anos.

O mergulho da estatal de petróleo, sem data para ser revertido, arrastou consigo nada menos que 29 companhias listadas na Bovespa, todas apresentando desempenho negativo no pregão da sexta 12. Nesta semana, a Vale perdeu 13%. A sempre forte Metalúrgica Gerdau, de gestão germânica, decresceu 19% no mesmo período.

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O dólar, enquanto isso, fechou a semana em disparada de 1,84%. Diretamente envolvida na Lava Jato, a empreiteira Eneva, controlada pela alemã E.On, simplesmente esfarelou. Suas perdas na semana acumularam 63%. Em consequência, a empreiteira entrou com pedido na Justiça de recuperação judicial. Entre outros fornecedores de equipamentos para a Petrobras, as demissões de trabalhadores já correm soltas.

A Sete Brasil, controlada pelo BTG Pactual, acumula atrasos de R$ 300 milhões em pagamentos ao mercado de construção de sondas e perfuratrizes. Com isso, a companhia comandada pelo banqueiro André Esteves provoca um efeito em cascata de fechamentos de vagas e protelamentos de compromissos comerciais.

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O governo tem de agir – e, ao seu tempo, parece, ao menos, estar criando planos. Nas mãos da presidente Dilma Rousseff está um pacote para o corte de R$ 50 bilhões em despesas do governo federal. A proposta teria sido feita pela nova equipe econômica. No entanto, os futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, ainda não começaram a trabalhar. A intenção da presidente é dar posse a eles somente em janeiro, acompanhando o calendário político da posse no novo mandato. A questão é: o tempo da economia vai permitir essa pausa.

A notícia boa veio pelo lado da renda dos assalariados e do comércio varejista. Segundo o IBGE, a renda dos trabalhadores teve aumento real de 2,3% em outubro sobre setembro. Esse avanço correspondeu a um avanço de 1% nas compras no comércio varejista. Trata-se, porém, de um indicador bastante restrito diante da grande maré de dificuldades.

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Depois de vencer suas mais recentes batalhas políticas, mostrando maioria no Congresso para aprovar a redução do déficit primário, e tendo suas contas eleitorais aprovadas por 7 a 0 pelo TSE, Dilma está em condições de agir. Vale aproveitar o tempo, cada vez mais curto para enfrentar a crise que se agiganta no horizonte.

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