Petrobras pede dispensa de ação coletiva nos EUA
Petrobras pediu nesta quinta-feira, 25, que um juiz norte-americano dispense ação coletiva de investidores sobre as denúncias de corrupção na estatal; juiz distrital Jed Rakoff não proferiu decisão sobre o pedido da Petrobras, mas disse que o fará dentro de duas semanas; o advogado da Petrobras na ação, Roger Cooper, culpou pessoas isoladas pela corrupção na estatal e disse que a companhia não pode ser responsabilizada pela ação deles; já investidores dizem que US$ 98 bilhões em ações e títulos da Petrobras foram inflados pela companhia
NOVA YORK (Reuters) - A Petrobras pediu nesta quinta-feira que um juiz norte-americano dispense uma ação coletiva de investidores acerca do escândalo bilionário de corrupção na estatal.
O juiz distrital Jed Rakoff não proferiu decisão sobre o pedido da Petrobras, mas disse que o fará dentro de duas semanas.
Falando em audiência em um tribunal federal em Nova York, o advogado da Petrobras Roger Cooper culpou alguns indivíduos pela corrupção e disse que a companhia não pode ser responsabilizada pela ação deles.
Por outro lado, investidores dizem que 98 bilhões de dólares das ações e títulos da Petrobras foram inflados artificialmente pela companhia ao superestimar o valor de alguns de seus principais projetos. Eles alegam também que seria impossível que os executivos da empresa não soubessem do que se passava.
"Essa é uma ampla fraude que aconteceu por possivelmente duas décadas e todos estão pedindo que a corte e o público acreditem quando dizem 'nós não sabíamos'", disse o advogado Jeremy Lieberman, que representa os investidores. "A pergunta que nós fazemos é: eles estão falando sério?"
A audiência sobre o processo, aberto em dezembro, aconteceu em meio à maior investigação de corrupção na história brasileira, no que, segundo autoridades, é um esquema que ocorreu por anos, envolvendo fixação de preços, subornos e propinas a políticos.
Promotores acusaram dezenas de executivos de alto escalão de diversas empresas brasileiras, causando tremores na economia do país e minando a popularidade da presidente Dilma Rousseff.
O juiz fez vários questionamentos durante a audiência, mas não deu indicativos sobre a tendência de sua decisão.
Cooper disse a Rakoff que a companhia não sabia da fraude alegada, mesmo com alguns altos executivos estando envolvidos.
"O conhecimento desses co-conspiradores não pode ser imputado à empresa", disse ele.
Em nota ao mercado, a Petrobras disse que "após ouvir as sustentações orais das partes, o juiz informou que emitirá a sua decisão.... oportunamente".
Um fundo de pensão britânico, o Universities Superannuation Scheme, está liderando os autores da ação, que busca ressarcimento em nome de qualquer um que tenha comprado recibos norte-americanos de ações ou títulos da Petrobras entre janeiro de 2010 e março de 2015.
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