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Petrobrás perto de abrir "nova fronteira" do petróleo na foz do rio Amazonas

Licenciamento do bloco 59 levanta preocupações de ambientalistas

Petrobrás perto de abrir "nova fronteira" do petróleo na foz do rio Amazonas (Foto: Sergio Moraes - Reuters)

247 - O licenciamento para que a Petrobrás realize a perfuração de um poço de petróleo no bloco 59, localizado na região da foz do rio Amazonas, encontra-se em fase avançada de tramitação. Depois da apresentação dos estudos ambientais, o plano de emergência e uma simulação de resposta a desastres aguardam aprovação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Segundo especialistas consultados pela Folha de S. Paulo, se o teste for bem-sucedido a licença deve ser aprovada de forma quase automática.

A área da bacia sedimentar da Foz do Amazonas foi concedida pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) em 2013 e integra a margem equatorial brasileira, que se estende desde o Amapá até o Rio Grande do Norte. O bloco 59 está localizado a aproximadamente 160 km da costa do Oiapoque (AP) e a 500 km da própria foz do rio Amazonas.

O projeto levanta preocupações de ambientalistas. A área abriga os maiores manguezais do Brasil, localizados na costa do Amapá, e vastos sistemas de recifes de corais, que foram recentemente descobertos e ainda são pouco conhecidos.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse em entrevista ao site Sumaúma, no dia 13 de março, que trata da exploração do petróleo na região da mesma forma que vê a usina de Belo Monte. Ela evitou, no entanto, dar a posição explícita da pasta, destacando que o debate tem de ser feito com o governo e, especialmente, com a sociedade. 

"O que eu posso antecipar é que temos instrumentos para trabalhar que já estão colocados como parte da realidade de um empreendimento altamente complexo e de alto impacto. Não pode ser um licenciamento puramente pontual, é preciso fazer uma avaliação ambiental estratégica e trazer para a mesa todos os elementos, as implicações de um projeto como esse", disse a ministra.