PIB abaixo de 2% desafia popularidade de Dilma
Analistas derrubam projeções da economia pela 10ª semana consecutiva; otimismo, só para 2013; presidente sustenta que País não deve ser medido apenas por seu produto interno, mas expectativa de 1,9% de crescimento coloca tese em xeque; ela perderá o discurso ou sairá mais forte da crise?
247 – A presidente Dilma Rousseff não quer que a grandeza do Brasil seja medida apenas pela taxa do PIB, mas a continuada derrubada nas projeções de crescimento da economia já representa um forte teste de estresse para essa tese. Agora, quando se chega à décima semana consecutiva de derrubada, pelos analistas do mercado, de expectativa para a taxa do PIB, quebrou-se, para baixo, a barreira dos 2%. Boletim Focus do Banco Central informa nesta segunda-feira 16 que a taxa de crescimento deverá ser de apenas 1,9%, guardando-se o otimismo para 2013. Para o próximo ano, acredita-se que o País crescerá 4,1%, ainda assim um pouco menos do que o previsto na semana anterior (4,2%).
Esses números serão superados pelo discurso de Dilma, que aponta para os avanços no campo social como a melhor forma de medir a riqueza do País? Ou a freada na economia será forte o suficiente para abalar o cenário atual e causar problemas à imagem da presidente? O mais provável é que o mercado continue tendo na taxa do PIB um dos seus principais indicadores, mas igualmente há sobras suficientes, na popularidade da presidente Dilma, para que o público permaneça confiante em sua liderança durante a crise.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre as novas projeções para o PIB:
A expectativa de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano caiu pela décima semana seguida. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), desta vez, passou de 2,01% para 1,9%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 2,3%.
Para 2013, houve redução de 4,2% para 4,1%. As informações constam do boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC), divulgada toda segunda-feira. Publicado normalmente por volta das 8h30, hoje o boletim foi divulgado pelo BC com cerca de uma hora de atraso, devido a problemas técnicos.
A redução na estimativa de crescimento econômico ocorre em momento em que o país enfrenta efeitos da crise econômica externa. Na última quinta-feira (12), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou que a economia ficou estagnada em maio (retração de 0,02%, na comparação com o mês anterior). Nos cinco meses do ano, ante igual período de 2011, houve expansão de apenas 0,85%. Neste ano, o BC espera que a economia cresça 2,5%, ante a estimativa anterior de 3,5%. Em 2011, a expansão do PIB foi de 2,7%.
A expectativa dos analistas para o crescimento da produção industrial também caiu, pela sétima semana seguida, ao passar de 0,1% para 0,09%, em 2012. Para 2013, a expectativa é de recuperação, com crescimento de 4,3%, ante 4,25% previstos anteriormente.
A expectativa para a cotação do dólar ao final do ano segue em R$ 1,95, em 2012, e foi ajustada de R$ 1,94 para R$ 1,95, no fim de 2013. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 18,09 bilhões para US$ 18,04 bilhões, neste ano, e de US$ 14,78 bilhões para US$ 13,75 bilhões, em 2013.
A projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB foi ajustada de 35,55% para 35,5%, este ano, e mantida em 34%, no próximo ano.
Para o déficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa foi mantida em US$ 65 bilhões, este ano, e ajustada de US$ 71,06 bilhões para US$ 70,8 bilhões, em 2013.
A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 55 bilhões, em 2012, e em US$ 59,5 bilhões, no próximo ano.
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