Pivô da guerra no BB pode ir para Visa Vale

247 – O Banco do Brasil ainda discute o que fazer com o vice-presidente Ricardo Oliveira, suspeito de articular a guerra de dossiês na instituição e de ser o mentor da quebra de sigilo bancário do ex-vice-presidente Allan Toledo e da aposentada Liu Mara Zerey. Na última reunião do conselho de Administração, sua demissão, pedida pelo Palácio do Planalto, foi abortada diante da divulgação de que a auditoria interna do BB sobre o caso concluiu não ter havido quebra de sigilo, muito embora os dados bancários tenham vazado para a Folha de S. Paulo. A tensão continua, uma vez que o Ministério Público pode abrir, a qualquer momento, investigação criminal sobre o caso (leia mais aqui).

A tendência é que Ricardo Oliveira seja deslocado para outra empresa, onde o Banco do Brasil mantém participação acionária. O mais provável é que seja a administradora de cartões Visa Vale, que administra contratos de vale-refeição com empresas privadas e prefeituras. Lá, Ricardo Oliveira terá um problema para resolver. Reportagem do Estado de S. Paulo, publicada no domingo, apontou que o Ministério Público pede o cancelamento de 55 contratos fechados sem licitação com a Visa Vale.

Tido como hábil articulador político, com capacidade até de participar do processo de arrecadação de recursos para campanhas, Oliveira até agora conseguiu se preservar em função de suas ligações políticas. Seus principais defensores, no PT, são o ministro Gilberto Carvalho e o deputado Paulo Teixeira, que terá papel importante na campanha de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.