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Economia

Poupança interna e investimentos

Com razão, a ausência de metas estratégicas impede um avanço e nosso crescimento fica vinculado aos países que lançam mão dos nossos produtos, a exemplo da China e dos EUA

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A desaceleração industrial, somada ao cenário negativo na Europa, fizeram com que os mercados globais reagissem de forma diferenciada, e a contaminação, por mais que não queiram afirmar, atingiu o coração do Brasil.

Com razão, a ausência de metas estratégicas impede um avanço e nosso crescimento fica vinculado aos países que lançam mão dos nossos produtos, a exemplo da China e dos EUA.

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Entretanto, estamos muito longes de uma boa poupança interna e, a impressão que nos passa, o momento é mais de consumo do que propriamente de investimentos.

O brasileiro, notadamente a categoria de inserção no crédito, não economiza, ao contrário prefere se endividar e, cada vez mais, porém, aqueles poucos que podem investir encontram um perfil caótico.

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A remuneração de poupança é bastante defasada da realidade da inflação, os títulos de renda fixa, agora, encurralados pela baixa da Selic, fundos imobiliários alcançados pela bolha e a bolsa de valores em estranhíssimo processo de desgaste.

Continuamente, pois, o mercado global fez impactar no setor financeiro as chances de investimentos, porém de fundos e grandes participações, retirando, dos poupadores, esperanças de, a curto prazo, terem rentabilidade.

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Este mecanismo inexplicável chama a atenção, vejamos que a bolsa tinha uma perspectiva de alcançar 80 mil pontos até o final do ano, porém claudica e naufraga em 64 mil pontos, diante de retirada maciça de investimentos estrangeiros, redução do fluxo e o desempenho irregular das empresas listadas.

Como, então, poderíamos alcançar uma poupança interna e uma rentabilidade coerentes com a necessidade do cidadão brasileiro? Não há no momento qualquer tipo de investimento que lhe assegure alguma rentabilidade mínima, e a inflação continua solta, talvez se houvesse uma aplicação baseada no índice geral de mercado, ela se transformaria num sucesso.

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O que acontece é uma forte redução do consumo, tanto pela falta de opção, mas uma real queda do poder aquisitivo. Confirma-se pela situação das montadoras e a queda de vendas, dos imóveis, de bens de consumo em geral e, nas vésperas de nova reunião para definir os rumos da taxa de juros, o que motiva é o ambiente desolador advindo dos EUA e da Europa.

Diante deste momento complexo e nada alentador, nos quais o investidor tem muito a perder e pouco a ganhar, as circunstâncias pedem cautela e discernimento, pois é bastante fácil a pulverização de sua carteira.

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Naturalmente, se as empresas continuarem presas ao programa massacrante de tributação e as que participam do valor agregado forem sendo, ao longo dos anos, representadas de forma irregular pelo controlador, as expectativas perdem fôlego.

Em todo caso, não se conseguirá uma poupança interna que alimente o crescimento e reduza o investimento sem ampliação da constituição de empresas e a melhora da remuneração salarial.

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De outro ângulo, os investimentos estão sendo catalisados e as desesperanças dos investidores é muito maior, na medida em que as garantias não se sustentam, e são mínimas, afora o constante sobe e desce, que se transforma num poderoso mecanismo de formulação de políticas contrárias ao interesse do poupador.

Essencialmente, devemos nos preocupar mais com o mercado interno, e não apenas com a redução das taxas de juros, mas, sim, de preços, principalmente aqueles administrados.

Os investidores, ciosos na procura de algo mais sólido, acabam transitando pela moeda estrangeira e outras aplicações que oferecem menos risco e a quase certeza de um futuro promissor hospedado em anos de trabalho, pois os conservadores, nas suas andanças pelo mercado, não terão que amargar prejuízos irrecuperáveis.

A menos que ocorra uma reviravolta, corremos o sério risco de estarmos na contramão da história, em todos os sentidos globais, de poupança interna, de bons investimentos e uma rota segura de se aplicar no Brasil. 

Carlos Henrique Abrão é desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo

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