Prejuízos globais
Estudo recente demonstra prejuízos marcantes na América Latina, incluindo 30 empresas latino–americanas, sendo 20 brasileiras
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Crescimento ou desaparecimento, no mote espelha o ressurgimento permeado pelo modelo da globalização, na medida em que a participação de fundos e capitais nas empresas tudo isso alavancou também as perdas patrimoniais de receitas.
Estudo recente demonstra prejuízos marcantes na América Latina, incluindo 30 empresas latino–americanas, sendo 20 brasileiras, dos mais variados setores, as quais trouxeram preocupações e o questionamento de suas atividades econômicas ao longo dos anos.
Poderia a situação estar vinculada ao problema acontecido nos Estados Unidos, no segundo semestre de 2008, ou à presença da crise atual na Europa, ainda haveria qualquer outra explicação?
Diversos fatores podem ser recrutados para explicação da crise relacionada às empresas nacionais, as quais, na realidade, são conglomerados, inclusive no exterior, amargando prejuízos por causa da redução do consumo, concorrência internacional, câmbio, taxa de juros e a recorrente situação tributária.
De fato, o Governo sempre inova e renova o seu arsenal para tributar controladas coligadas e filiais, mesmo no exterior, glosando ao máximo as receitas, o que refreia a produção industrial.
Natural destacar que os prejuízos advieram de múltiplos setores, construção civil, papel e celulose, setor aéreo, frigoríficos, área de energia, químico, ferroviário, têxtil, petróleo e gás, calçados, metalurgia, agronegócio, recolocando no cenário a indagação se todas essas empresas teriam maleabilidade necessária e suficiente para se readequarem ao desafio do enfrentamento dos seus problemas, revertendo o resultado do balanço negativo.
Pouco tempo atrás, a maioria sorria com ricos ganhos em ofertas públicas, primárias ou secundárias, daí a ponderação no sentido dos investimentos, ou de falhas administrativas, as quais prejudicaram seus resultados ao longo dos anos.
Essencialmente, forte alavancagem aconteceu por intermédio da abertura de capital, ou mesmo novos lançamentos, em diversos segmentos da atividade empresarial, motivo pelo qual, lógica e criteriosamente, muito mais do que fatores externos, aqueles internos pontuam a crise gerencial e administrativa.
A principal barreira também pode ser encontrada nos preços praticados. Com a valorização do real, muitos consumidores tiveram dificuldade de acesso ao crédito, além do que a taxa de inadimplência recrudesceu.
Companhias abertas, com larga experiência no mercado, somada à tradição nos negócios, não resistiram às quedas existentes e o braço de ferro para controlar o crescimento e o desenvolvimento concorrencial contemporâneo.
Grandes empresas estrangeiras no México, no Chile, na Argentina, sofreram igualmente as adversidades da conjuntura internacional e mostraram balanços desfavoráveis aos investidores e acionistas.
Nenhum exercício de futurologia será capaz de afirmar que o processo de reversão será rápido, porém, tudo isso produz impacto junto ao mercado interno e coloca em evidência a reestruturação societária.
Não teriam muitas empresas combalidas pelos prejuízos creditados em demasia no crescimento e no aumento do consumo, praticando preços extremamente desfavoráveis ao mercado interno, como plataforma de incrementar resultados favoráveis?
Acreditamos, portanto, que houve um superdimensionamento destas empresas, com logística e resultados não atingidos, além de preços que oscilaram fortemente, implicando na redução do consumo e na desaceleração do crédito.
Pontuando o ângulo definido, natural salientar que a dificuldade de acesso ao crédito está intimamente ligada à crise bancária, tema esse recorrente, merecendo estudos aprofundados de liquidez e solvabilidade das instituições financeiras em geral.
Pensando nisso, em São Paulo, de 3 a 5 de junho deste ano, será realizado o Congresso Internacional (www.inre.com.br), com a presença de juristas, economistas, administradores, os quais debaterão o assunto e terão a oportunidade de refletir o melhor caminho e soluções menos traumáticas.
Não há, pois, problema isolado ou de natureza pontual, daí porque a conjuntura deve a concentração de esforços para que os prejuízos de grandes empresas seja minimizado, médio prazo, não afetando a condição do emprego, do conflito de interesses na companhia, atingindo a finalidade primordial do desenvolvimento sustentável.
Carlos Henrique Abrão é desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo
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