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Economia

Quebra da Oi revela falência da privataria

Colapso da Oi, que anunciou nesta segunda-feira um pedido de recuperação judicial de R$ 65 bilhões, afetando bancos públicos e privados, expõe a falência do modelo da privatização brasileira; em 1998, no governo FHC, a antiga Telemar foi comprada pelos empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade, da Andrade Gutierrez, que chegaram ao leilão sem dinheiro, mas acabaram financiados por fundos de pensão estatais; já no governo Lula, a Oi engoliu a Brasil Telecom, que era controlada por Daniel Dantas, para se criar a chamada "supertele nacional"; no entanto, a empresa jamais conseguiu decolar e chega ao calote de forma melancólica – o que causará grandes estragos no sistema financeiro

Colapso da Oi, que anunciou nesta segunda-feira um pedido de recuperação judicial de R$ 65 bilhões, afetando bancos públicos e privados, expõe a falência do modelo da privatização brasileira; em 1998, no governo FHC, a antiga Telemar foi comprada pelos empresários Carlos Jereissati e Sergio Andrade, da Andrade Gutierrez, que chegaram ao leilão sem dinheiro, mas acabaram financiados por fundos de pensão estatais; já no governo Lula, a Oi engoliu a Brasil Telecom, que era controlada por Daniel Dantas, para se criar a chamada "supertele nacional"; no entanto, a empresa jamais conseguiu decolar e chega ao calote de forma melancólica – o que causará grandes estragos no sistema financeiro (Foto: Leonardo Attuch)
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247 – Em julho de 1998, quando as principais concessionárias de telecomunicações do Brasil foram privatizadas, uma grande surpresa marcou o leilão da antiga Telemar, que era operadora do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Norte e Nordeste. A empresa havia sido comprada por empresários que chegaram ao leilão sem dinheiro. Um grupo capitaneado por Sergio Andrade, da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, da La Fonte.

O grupo havia sido organizado pelo notório Ricardo Sergio de Olivera, tesoureiro do PSDB, que, quando flagrado nos famosos "grampos do BNDES", disse agir "no limite da irresponsabilidade". Embora não tivessem recursos para comprar a empresa, Andrade e Jereissati foram financiados por fundos de pensão de empresas estatais e pelo BNDES. Pouco tempo depois, foram chamados de "telegangue" pelo então ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros.

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No entanto, graças aos grampos do BNDES, Mendonça de Barros foi derrubado e os sócios privados da Oi continuaram à frente da empresa. Quando veio o governo Lula, as disputas societárias nas telecomunicações abriram espaço para a criação de uma "supertele nacional", unindo a Oi à Brasil Telecom, que era concessionária no Centro-Oeste e na Região Sul. Com isso, o polêmico Daniel Dantas, que controlava a Brasil Telecom, foi afastado, recebendo um valor aproximado de R$ 1 bilhão para sair do setor.

Em seguida, a Oi tentou se viabilizar unindo-se à Portugal Telecom – uma operação que também fracassou depois que eclodiram escândalos no grupo Espírito Santo, que controlava a companhia portuguesa.

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Nesta segunda-feira, aquela que deveria ser a empresa brasileira capaz de rivalizar com as duas principais potências telefônicas da América Latina – a espanhola Telefônica e a mexicana Telmex – entrou em colapso ao anunciar seu pedido de recuperação judicial, o maior da história do País, que deixa um calote de R$ 65 bilhões a ser dividido entre bancos públicos e privados.

Leia, abaixo, reportagem da Reuters a respeito:

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Após fracasso em negociação com credores, Oi pede recuperação judicial

Por Aluísio Alves

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SÃO PAULO (Reuters) - A Oi anunciou nesta segunda-feira que deu entrada em um pedido de recuperação judicial, após fracasso nas negociações com detentores de bônus para tentar reestruturar de forma organizada dívidas de cerca de 65 bilhões de reais.

Em fato relevante, a maior concessionária de telecomunicações do Brasil afirmou que a medida visa, entre outros objetivos, proteger o caixa das empresas do grupo.

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O pedido vem após a Oi ter anunciado na última sexta-feira que ainda não havia obtido acordo com detentores de bônus para uma reestruturação financeira, conversa intermediada pela Moelis & Company. Segundo a Oi, 60 por cento de seus recebíveis estavam penhorados a bancos brasileiros.

"Considerando os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas com iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas, a companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada neste momento", diz trecho do documento.

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O pedido de recuperação acontece dias após o presidente-executivo da Oi Bayard Gontijo ter renunciado à presidência da operadora, em meio a discordâncias com sócios portugueses do grupo sobre a forma de reestruturação financeira da companhia.

"O pedido de recuperação foi ajuizado em razão dos obstáculos enfrentados pela administração para encontrar uma alternativa viável junto aos seus credores", afirmou a Oi.

Segundo a Oi, as atividades operacionais seguirão normalmente e não haverá demissões. Além disso, o foco em investimentos para melhora de qualidade dos serviços será mantido, assim como as metas operacionais para 2016.

O pedido de recuperação judicial será deliberado em assembleia geral de acionistas. A empresa não informou para quando elas estão previstas.


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