Rombo de US$ 200 bilhões

Os prejuízos do terremoto no Japão podem resultar em uma perda de até US$ 200 bilhões para a economia do país. Trata-se do dobro da primeira estimativa feita pelo Nomura, um dos maiores bancos de investimento japoneses, no final de semana. O agravamento do risco nuclear e um cenário ainda mais devastador do que aquele estimado em um primeiro momento levaram ao aumento das previsões de perdas.

O desastre deve provocar paralisação da produção japonesa nos próximos meses, mas economistas se preocupam mais ainda com o quase certo racionamento de energia, que pode ser de pelo menos seis meses. Se isso acontecer, a recuperação em forma de "V" que seguiu o terremoto de Kobe, em 1995, pode não se repetir desta vez.

A maior parte das previsões aponta para um impacto econômico direto de US$ 125 a US$ 200 bilhões, resultando em um recuo do PIB no segundo trimestre. O investimento na reconstrução do país deve levar, porém, a uma forte retomada no segundo semestre de 2011. "O custo econômico do desastre será grande", disse um analista do JP Morgan. "Houve perdas substanciais de recursos econômicos, e a atividade econômica será impedida por danos em infraestrutura (como escassez de energia) nas próximas semanas ou nos próximos meses." A bolsa de valores do Japão teve a pior série de dois dias desde a crise de 1987 na segunda e na terça-feira, perdendo 626 bilhões de dólares, antes de recuperarem 5,7 por cento nesta quarta-feira.