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Santander reúne mídia em sede mundial espetacular; vídeo

Banco espanhol anuncia perspectivas de lucros de curto prazo na Amrica Latina; Brasil responde por 25% dos seus benefcios em todo mundo

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Roberta Namour_247, de Boadilla Del Monte - A Cidade Financeira do Grupo Santander é nada mais nada menos que impressionante. Próxima ao centro de treinamento do clube Real Madrid, nos arredores da capital da Espanha, em Boadilla Del Monte, possui a maior reserva de oliveiras centenárias da Europa. É, também, um grandioso museu, com um valiosíssimo acervo de obras que vão de Pablo Picasso à Joan Miró. Para seus funcionários, oferece o segundo maior campo de golfe da Espanha, quadras poliesportivas, piscinas e escola para seus filhos. O restaurante tem uma encantadora vista para um dos lagos que, ecologicamente corretos, reaproveitam a água das chuvas. No prédio da diretoria, com o interior em forma de U, plantas chegadas do mundo inteiro compõem uma atmosfera tropical úmida, amena e permanente. O trânsito de pessoas se dá em alamedas subterrâneas, climatizadas. Suntuosidade e ultramodernidade aqui se juntam - assista abaixo vídeo de apresentação.

É aqui que se dá a apresentação a jornalistas da América Latina sobre o desempenho financeiro do banco, neste encontro que se repete todos os anos. Do Brasil, cá estão profissionais do iG e do Terra, entre outros. Brasil 247 também.

Graças ao Brasil, de onde retirou, nos últimos anos, grandes porções de seus lucros globais, os economistas do Santander são só sorrisos. “O pior da crise já passou”, disse o diretor financeiro do Santander, José Antonio Álvarez, com um otimismo renitente a óbices como a situação da Grécia, da Turquia, da Itália, dos EUA etc. Ele apresentou na abertura do evento as expectativas do banco para os próximos meses. No primeiro trimestre desse ano, a receita do Santander se manteve estável graças ao desempenho dos países da América Latina. Esses mercados corresponderam por 43% dos benefícios obtidos. Só o Brasil foi responsável por 25% do lucro de 2,1 bilhões de euros. Em visita recente ao País, o presidente Emílio Botín afirmou que o país é o pilar fundamental da estratégia da diversificação geográfica da entidade financeira no mundo. Não era para menos. “A ideia de que os países da América Latina estão condenados a fracassar desapareceu da cabeça dos investidores”, disse hoje José Juan Ruiz, diretor de análises e estratégia da divisão América, do Santander.

Para o banco, é bom mesmo que o Brasil e a AL segurem as pontas da lucratividade. Dificilmente, afinal, ela virá da Espanha em que o próprio Santander mantém sua portentosa sede. Nos próximos três a quatro anos, a instituição acredita que a Espanha verá uma normalização da conjuntura econômica – com um PIB que poderá variar entre - 0,5% a +2 ou 3% em 2013 e 2014. O ciclo de crédito deve acompanhar essa tendência. Outra aposta é o ganho de escala em países como a Polônia, por exemplo – o único membro da União Europeia que cresceu durante a recessão. As nações emergentes vão contribuir ainda mais com os resultados do grupo. Segundo José Juan Ruiz, em 2015 esses mercados serão mais importantes e vão responder por 53% da economia mundial. “Depois da crise, as regras do jogo mudaram. Os bancos que não souberem se adaptar ao novo contexto, acabarão com rentabilidade muito baixa”, disse José Antonio Álvarez.

Acima e além dos muros da grandiosa sede e dos dados econômicos do seminário, o Santander tem sido notícia em jornais espanhóis por outros motivos. Sempre visada pela mídia – o presidente Botín, afinal, é o número 10 no ranking dos homens mais ricos do país – a família que controla o banco aparece envolvida numa intrincada questão fiscal. O motivo é uma conta aberta em 1936, pelo pai de dom Emílio, que fugiu da sangrenta Guerra Civil espanhola e guardou sua poupança num banco suíço. Ao longo de todos esses anos, a conta foi ganhando a adesão de outros integrantes da família. No ano passado, o Ministério da Fazenda espanhol, enredado em pilhas de documentos apresentados pelos Botín, considerou-se tecnicamente incapaz de dizer, ao certo, se todos os impostos devidos, mais de 70 anos depois de a conta ter sido aberta – e transferida de endereço bancário algumas vezes até chegar, mais gorda, aos dias de hoje -, haviam sido recolhidos corretamente. À medida da declaração de incapacidade – e, tembém, pela visibilidade dos Botín -, promotores da Audiência Nacional - máxima instância judicial da Espanha – atuam, neste momento, para saber se, afinal, dom Emílio e seus descendentes e parentes estão ou não entre os 659 contribuintes espanhóis que ocultaram do fisco mais de 6 bilhões de euros no banco HSBC da Suíça – endereço atual da conta. De acordo com o jornal El País, a quantia que, supostamente teria sido fraudada supera os 120 mil euros por correntista – nada que os Botín não possam pagar. Para eles, porém, é questão de princípio resolver de uma vez por todas o assunto, de modo a voltaram a fazer, longe de rumores, o que, como se vê pela espetacular sede global da instituição, melhor praticam: ganhar dinheiro. 'Mucho'.


 

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