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Economia

'Se não fosse o Estado colocar dinheiro, o agronegócio não estaria do tamanho que está', diz Lula

Em feira organizada pelo agro na Bahia, o presidente Lula buscou dirimir rusgas e encerrar polêmicas entre seu governo e o setor

Carlos Fávaro, Tarciana Medeiros, Lula, Jerônimo Rodrigues e Rui Costa (Foto: Ricardo Stuckert)
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247 - O presidente Lula participou nesta terça-feira (6) da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), organizado pelo agronegócio. Em seu discurso, ele buscou dirimir as rusgas que este setor tem com seu governo e tentou pôr fim às polêmicas. “O Brasil está com uma confusão política que a gente não conhecia até então. Nós temos um ódio disseminado, baseado em uma quantidade de mentiras que eu não conhecia”. 

Lula lembrou do sucesso econômico do Brasil durante seus dois primeiros mandatos e criticou a condução das políticas para o agro pelo governo Jair Bolsonaro (PL). “Eu resolvi me candidatar, meus companheiros do agronegócio responsáveis por essa feira, companheiros da agricultura familiar, porque quando eu deixei a presidência o Brasil era a 6ª economia do mundo, e hoje é a 13ª; eu tinha noção do que tinha acontecido nesse país, e tenho noção do retrocesso que esse país sofreu nos últimos anos. Quem é do agronegócio sabe como foi o Plano Safra do ano passado, talvez o pior de toda a história do agronegócio. Quem é da agricultura sabe o que aconteceu. No tempo em que o PT governava esse país, vocês compravam essas máquinas que parecem coisa de outro mundo pagando 2% de juros ao ano, e hoje estão pagando 18%, 19% ao ano. Está praticamente impossível as pessoas comprarem. Nós entendemos que é obrigação do Estado criar as condições de ajudar. Dizer que não precisa do governo é mentira. Todo mundo precisa. O pequeno precisa, o grande precisa e o médio precisa. Se não é o Estado colocar dinheiro, muitas vezes o agronegócio não estaria do tamanho que está, para financiar as máquinas, para financiar a safra, para garantir as exportações”.

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“Essa semana mesmo o Fávaro me liga: ‘estamos com 70 mil toneladas de carne paradas dentro de contêineres no porto da China porque foram mandadas equivocadas, fora de data’. O coitado do Fávaro conversou com o ministro da Agricultura da China e ele falou ‘olha, não dá para fazer nada, porque nós fizemos um acordo e de tal data para trás não pode exportar’. Mas alguém exportou. Errado ou não, nós temos o Oceano Atlântico cheio de contêineres brasileiros com carne. Eu precisei pegar o telefone e ligar para o presidente Xi Jinping. Eu não quero saber se o cara que tem o contêiner votou no Lula ou não votou no Lula, quero saber que ele é brasileiro, que está exportando um produto brasileiro e que ele tem direito de ganhar o dinheiro pelo produto que ele produziu. Peguei o telefone, liguei para o Xi Jinping, ontem o Alckmin falou com o vice-presidente e, se Deus quiser, essas pessoas vão poder receber o dinheiro que merecem. Não precisa nem me falar obrigado, é só continuar produzindo para baratear o preço da carne, porque o povo está querendo comer picanha”, acrescentou.

Na sequência, o presidente chamou de “maluca” a “polêmica” entre “o pequeno proprietário e o agronegócio”. “São suas coisas totalmente necessárias ao país, não há rivalidade, não há motivo para o preconceito do pequeno contra o grande ou do grande contra o pequeno. O Brasil precisa dos dois, porque os dois ajudam o Brasil. Nós temos 4,6 milhões de propriedades nesse país com menos de 100 hectares. Essa gente cria porco, cria galinha, pequeno rebanho de vacas leiteiras, planta soja, milho, cria peixe. Essa gente produz parte do alimento que nós consumimos, então precisamos deles. A verdade é que nós precisamos dos dois, um complementa o outro. Quando a agricultura vai bem, a indústria de máquina vai bem”. 

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O presidente também citou a pauta ambiental e climática e prometeu punição aos responsáveis pelo desmatamento. “Quando a gente fala em meio ambiente e na questão do clima, a gente não está falando contra os produtores que trabalham corretamente e que preservam. As pessoas sabem que não pode destruir os rios, que não pode plantar no Pantanal, na Caatinga, na Amazônia. Nenhuma pessoa honesta vai poder derrubar uma floresta para plantar, porque temos terras degradadas que podem ser utilizadas para a gente dobrar nossa produção. Agora, quem quiser agir como bandido e for desmatar, vai ter que sofrer as penas da lei, porque a gente vai preservar esse país”.

Durante a feira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a disponibilização de mais R$ 7,6 bilhões para investimento em sustentabilidade, ampliação da capacidade de armazenagem e segurança alimentar.

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, acompanhou o presidente Lula na cerimônia de abertura da maior feira agrícola e de negócios do Norte e Nordeste. O presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Odacil Ranzi; o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; autoridades federais, estaduais, regionais, além de agricultores da região do Matopiba, também participaram do evento.

Setor agropecuário - Com os investimentos anunciados, o BNDES disponibilizou, somente no primeiro semestre de 2023, aproximadamente R$ 11 bilhões ao setor agropecuário. São diversas soluções financeiras, tanto no campo dos Programas Agropecuários do Governo Federal (PAGF), quanto no âmbito do BNDES Crédito Rural, com recursos disponibilizados de maneira perene, ao longo do ano.

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Ainda foi anunciada a liberação de R$ 3,6 bilhões para o Plano Safra (Safrinha) e de R$ 4 bilhões em linha de financiamento em dólar para investimentos no Crédito Rural – para a construção e ampliação de armazéns, obras de irrigação, formação e recuperação de pastagens, geração e distribuição de energia de fontes renováveis e regularização ambiental da propriedade. 

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