Setor químico mostra melhora em setembro, mas enfrenta desafios prolongados
Desempenho acumulado do terceiro trimestre de 2023 permaneceu abaixo dos índices do ano passado

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247 - O setor químico de uso industrial no Brasil registrou um aumento significativo em setembro de 2023, comparado ao mês anterior. Segundo dados da Abiquim-FIPE, houve um crescimento de 11,65% na produção e 0,65% nas vendas internas, além de um aumento de 18,1% no consumo aparente nacional (CAN) e 20,4% no volume de importações. Estes números, porém, contrastam com a queda na produção (-3,12%) e nas vendas internas (-4,42%) em relação ao mesmo período do ano anterior, indicando uma desaceleração contínua nos últimos meses.
Apesar deste avanço pontual em setembro, o desempenho acumulado do terceiro trimestre de 2023 permaneceu abaixo dos índices do ano passado, com a produção caindo 12,19% e as vendas internas reduzindo 8,0%. As importações, no entanto, apresentaram um ligeiro aumento de 2,2% no período de julho a setembro. Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim, expressa preocupação com a desaceleração da produção e das vendas internas, principalmente considerando a importância do setor na cadeia industrial.
A receita federal reportou um declínio de 22,43% na arrecadação de impostos do setor entre janeiro e setembro de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022, refletindo um impacto negativo de R$ 6 bilhões. Esse resultado é atribuído em parte às consequências do apagão de energia elétrica de 15 de agosto de 2023, além de outros desafios recentes relacionados ao aumento da demanda de energia.
Coviello salienta que o cenário econômico mundial, afetado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e pelo ataque terrorista recente em Israel, exerceu pressão adicional sobre os preços dos energéticos. Ela também aborda a estagnação da demanda agregada mundial e as estratégias de diversos países para substituir as importações de gás e óleo da Rússia. Para o Brasil, ela recomenda a adoção de mecanismos de defesa comercial para proteger o setor industrial.
Finalizando, a Abiquim ressalta que, apesar dos desafios atuais, a resolução desses problemas pode reverter a situação, atraindo investimentos para tornar o Brasil menos dependente de importações e impulsionar o crescimento da indústria química, beneficiando a economia como um todo.
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