Tim e Net não empolgam investidores

Lu Miranda_247 - A bolsa brasileira começou o dia com perdas expressivas justificadas pela sensação de insegurança no exterior após a morte de Osama Bin Laden. No entanto, os índices nas bolsas estrangeiras caem menos que o Ibovespa, e o medo do terrorismo virou, por mais um dia, pretexto para um forte movimento de realização de lucros por parte dos investidores.

Se o mercado de ações brasileiro não teve uma manhã de terça-feira 3 positiva, não foi por falta de bons números corporativos divulgados no país. Além dos lucros reportados por Itaú Unibanco e Embraer, a operadora de telefonia móvel TIM e a de TV por assinatura NET também publicaram balanços satisfatórios para o primeiro trimestre de 2011.

A Tim Participações divulgou lucro líquido de R$ 213,5 milhões, quase quatro vezes mais do que os R$ 55 milhões apurados em 2010. Houve alta também na receita líquida, que foi de R$ 3,752 bilhões, uma alta de 13,8% na comparação com o mesmo período de 2010. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), registrou R$ 1,03 bilhão no período e um aumento de 9%. Outro êxito da operadora foi a redução da dívida bruta, que ficou em R$ 3,259 bilhões. Nos três primeiros meses do ano passado, havia apontado R$ 4,079 bilhões. A base total de assinantes fechou o primeiro trimestre com 52,8 milhões de linhas, 24,7% acima do registrado em igual intervalo em 2010.

A Net Serviços de Comunicação também não deixou a desejar nos resultados conquistados no início de 2011. A companhia registrou lucro líquido de R$ 106,5 milhões no período, um crescimento de 132%. A receita líquida cresceu 24,1%, para R$ 1,563 bilhão nos três primeiros meses do ano. No resultado operacional, a Net também conseguiu avanço. O Ebitda atingiu R$ 451,5 milhões, o que representa alta de 22,3%. No entanto, a margem Ebitda registrou recuo de 1,1 ponto porcentual, para 28,9%. A empresa teve crescimento na receita financeira de R$ 43,9 milhões ante R$ 38,5 milhões no mesmo período do ano passado. Mas a despesa financeira também aumentou 29,7% para R$ 111,7 milhões na mesma comparação.

Nos Estados Unidos, as encomendas à indústria vieram com alta de 3% em março, acima do que o mercado esperava. Mas os índices na bolsa de Nova York apresentam tendências opostas e os investidores estão de olho na divulgação de balanços corporativos. Na Europa, a situação é semelhante, de muita cautela. Todos aguardam um indicador importante a ser divulgado nesta quarta-feira (4), que é a pesquisa ADP sobre vagas no setor privado americano. Ela vai dar uma idéia da situação de um dos setores americanos mais prejudicados com a crise. A pesquisa ADP é considerada uma prévia do Payrolls, o relatório oficial de mercado de trabalho nos Estados Unidos, a ser divulgado na próxima sexta-feira 6.

Na Ásia, a Índia elevou os juros básicos em 0,5 ponto percentual, mais que o mercado esperava. Agora, resta saber como deve ser o aperto monetário a ser aplicado pelos bancos centrais na China e Europa. Os investidores esperam com grande ansiedade. Ainda no mercado asiático, as bolsas fecharam com tendências opostas. No Japão, a bolsa de Tóquio não operou por ser feriado. A bolsa de Hong Kong teve queda pelo quinto pregão seguido, com forte desvalorização nas ações de imobiliárias. O índice Hang Seng caiu 0,37%. Já as bolsas da China encerraram em alta pela segunda sessão consecutiva. O índice Xangai Composto subiu 0,7% e o Shenzhen ganhou 1,1%. O índice Kospi da bolsa de Seul, na Coréia do Sul, teve baixa de 1,3%.