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Economia

Toca o alarme: bolsa cai abaixo dos 60 mil pontos

Ibovespa desce aos 59.704 pontos, pior marca em um ano e dois meses; risco de calote nos EUA e crise na Europa assustam investidores; 247 adiantou pela manh o clima de tenso e medo

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Márcio Kroehn_247 - O Ibovespa fechou em baixa de 0,86% aos 59.704 pontos nesta terça-feira 12, a cotação mais baixa em um ano e dois meses. A última vez que o principal índice da bolsa brasileira operou na casa dos 50 mil pontos foi em maio de 2010. Ao romper a barreira dos 60 mil pontos, considerada o porto seguro pelos analistas, a bolsa brasileira mostra que os problemas globais são muito mais graves do que se previa inicialmente. Em 2011, a perda acumulada é de 13,85%. Embora a economia brasileira siga sem grandes problemas, o receio mundial de um duplo calote, na Zona do Euro e nos EUA, tem afastado os investidores de ativos de risco, principalmente do mercado de ações.

No Velho Continente, cresceram as especulações sobre a possibilidade de a dívida da Grécia não ser paga, o que provocou uma queda em cascata nas bolsas europeias nesta terça-feira: França (-0,88%), Alemanha (-0,78%), Inglaterra (-1,02%) e Espanha (-0,69%).É o terceiro dia consecutivo que as bolsas têm um desempenho negativo. Ontem, os principais líderes se reuniram e decidiram pelo novo apoio à estabilidade do euro e pela flexibilização do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. No entanto, o segundo plano de resgate grego não foi aprovado.

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O presidente Barack Obama fez novas ameaças que indicam sua inclinação a postergar o pagamento da dívida do país. Ele disse hoje que não tem como garantir que os cheques da seguridade social, um dos alicerces da população americana, sejam emitidos em 3 de agosto se os partidos Democrata e Republicano não chegarem a um acordo nas próximas semanas sobre a questão do limite legal de endividamento do governo de US$ 14,3 trilhões, que foi atingido em meados de maio. O Departamento do Tesouro do país disse que tem como manter o governo funcionando apenas até 2 de agosto. "Não posso garantir que aqueles cheques saiam em 3 de agosto se não tivermos resolvido essa questão. Porque, simplesmente, pode não ter dinheiro nos cofres para fazer isso", afirmou o presidente em entrevista à rede CBS News. As bolsas americanas caíram 0,47% (Dow Jones), -0,74% (Nasdaq) e -0,44% (S&P 500).

No meio da tarde, o Ibovespa e as bolsas americanas chegaram a sair da linha vermelha e operar, aproximadamente por uma hora, com valorização. Mas, com a divulgação da ata do Fed, o Banco Central americano, a última esperança dos investidores desapareceu. A autoridade monetária americana mostrou que a recuperação econômica está mais lenta do que o esperado e que será preciso rever a retirada dos estímulos, que estavam previstas para o segundo semestre. Para alguns membros do comitê de política monetária do Fed, ainda será preciso manter no curto prazo o oxigênio que vem mantendo a economia americana respirando com dificuldade.

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Veja, abaixo, a notícia publicada por 247 na manhã desta terça-feira:

Roberta Namour_247, correspondente em Paris – O dia de hoje tem tudo para ser negro no mercado financeiro mundial. Com receio de um calote nos compromissos de mercado dos Estados Unidos, de um lado do Atlântico, e da crise fiscal da Itália, deste lado, as bolsas européias abriram, sem exceção, em baixa nesta terça-feira 12. A maré vermelha tem tudo para se estender aos mercados dos Estados Unidos e, claro, do Brasil. O Banco Central brasileiro refaz suas contas e conclui, de acordo com a mediana de projeções do Boletim Focus, que a inflação dos próximos meses pode ser maior do que o esperado. Não, o mercado, quando abrir, não deverá gostar nada desse conjunto de más perspectivas.

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Afetadas pela preocupação com a saúde financeira da Itália, Paris e as Bolsas Europeias continuam a despencar na manhã desta terça-feira.”A Itália representa uma ordem de grandeza diferente da Grécia, de Portugal ou da Irlanda, e leva a crise a um nível totalmente novo”, alertou Jeremy Batstone-Carr, analista da Charles Stanley. O índice do CAC 40, da bolsa de Paris, abriu em baixa de 1,36%, recuando 1,72%, a 3.742 pontos. Isso aconteceu às 9h, horário de Paris, no momento em que a diretora geral do FMI, Christine Lagarde, declarou que o novo plano de socorro a Grécia não chegou a um consenso. A cotação do euro foi para baixo de US$ 1,40.

Os outros mercados europeus estão igualmente em forte queda. Londres caiu 1,1%, Frankfurt, 1,55% e Milão 2,8%. Quanto aos índices europeus, o EuroStoxx 50 teve uma desvalorização de 1,97% e o EuroFirst 300 de 1,32%.

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Na segunda-feira a noite, os mercados americanos de Wall Street também despencaram com o impasse político nos Estados Unidos com o aumento do teto de dívida, puxando as bolsas asiáticas para baixo. A Dow Jones perdeu 1,20%, fechando a 12.505 pontos, e a Nasdaq teve uma queda de 1,72%, com 2.811 pontos.

Já a bolsa de Tóquio teve hoje seu pior desempenho do mês e terminou em queda de 1,43%, passando abaixo da linha de suporte de 10 mil pontos. O índice Nikkei perdeu 143,61 pontos – fechando com 9.925,92 - e o Topix derreteu em 12,97 points (1,49%). As ações bancárias sofreram nos mercados europeus. Mitsubishi UFJ Financial caiu 2,93%, e Sumitomo Mitsui Financial recuou 2,14%.

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Após oito horas e meia de reunião em Bruxelas, os minsitros de Finanças da zona do euro publicaram uma declaração com o objetivo de tranquilizar os mercados – em uma semana particularmente conturbada com as notícias da crise na Itália. Eles reafirmaram o desejo de preservar a estabilidade financeira da união monetária e de melhorar o poder da zona do euro de resistir a um risco de contaminação.

Concretamente, eles esperam aumentar a capacidade de empréstimos de seu fundo de emergência, criado no ano passado após a crise da Grécia. Chamado de “Facilidade europeia de estabilidade financeira”, ele possui hoje 400 bilhões de euros disponíveis.

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Mas diversos economistas estimam que esse cinturão de segurança não poderia proteger a zona do euro diante das crises da dívida em países tão importantes quanto a Itália e a Espanha.

Os ministros esperam também um prolongamento dos prazos dos empréstimos, assim como uma baixa nas taxas de juros praticadas – já pensando no segundo pacote de ajuda à Grécia. “Não há espaço para indecisões ou erros”, alertou o primeiro-ministro grego, Georges Papandréou.

CONTAGEM REGRESSIVA - Faltam 21 dias. É dessa maneira que o calendário da economia mundial começou a trabalhar desde ontem, quando os Estados Unidos ameaçaram aplicar o maior calote da história com o não-pagamento da sua astronômica dívida que ultrapassa US$ 14 trilhões. O presidente Barack Obama, seus principais assessores econômicos e oito parlamentares da Câmara de Representantes estiveram reunidos, mas eles não chegaram a qualquer acordo sobre o aumento no teto de endividamento do governo. A sugestão de Obama é conseguir aprovar com os líderes do Congresso um aumento de US$ 4 trilhões, comprazo de 10 anos para reduzir o déficit e limpar o caminho do país. Mas os Republicanos, favoráveis ao corte no orçamento e contrários às propostas Democratas, prometem jogar duro, o que provocou a ironia de Obama. “Se não for agora, quando será?”, disse ele sobre essa importante discussão para os americanos.

A contagem regressiva vai até 2 de agosto de 2011, data emblemática para a resolução ou a intensificação da crise mundial. Dependendo do que os americanos decidirem, o buraco que vai abrir levará desenvolvidos e emergentes para o mesmo caminho: longa e duradoura recessão. Nestas três semanas que faltam, os investidores globais ficarão atentos a qualquer discurso, qualquer encontro, qualquer negociação entre os americanos que fuja dos padrões convencionais. Reuniões aos finais de semana, como a desse último, serão consideradas o limite do desespero. Para analistas e economistas, quando um país atinge esse ponto é porque todas as soluções estão fora de controle.

Comportamentos assim eram vistos, com frequência, nos países emergentes – ou, no passado, chamados de subdesenvolvidos. Agora, são as mais poderosas economias que se encontram nessas condições especiais. Era exclusividade desses países ricos obter notas altas para a qualidade do risco. Nessa segunda-feira, a Espanha ultrapassou os 300 pontos de risco para o pagamento da sua dívida soberana. A nota, que poucas vezes esteve colada aos países mais importantes da Europa, agora mostra a real situação da Zona do Euro. A Itália entrou no radar de preocupação como a possível próxima vítima de um calote de sua dívida.

Se isso de fato acontecer, o Continente corre um sério risco de assistir a um colapso de suas instituições financeiras, como alertou recentemente o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, que vê a situação europeia como delicada. "Quando se tem uma moeda única, mas não um orçamento federal, é preciso vigiar muito atentamente as políticas orçamentárias", afirmou ele. É bom lembrar que a Grécia ainda precisa de cuidados e o primeiro-ministro grego cobrou atenção aos seus colegas. "Não há espaço para indecisão e erros, como permitir que a cacofonia substitua uma agenda comum e crie mais pânico do que segurança", disse George Papandreou.

Na segunda-feira, as bolsas pelo mundo derreteram, arrastando, principalmente, ações ligadas às instituições financeiras. O Ibovespa perdeu 2,1%; na Europa, as quedas foram de 2,7% (França), 2,3% (Alemanha), 1% (Inglaterra) e 2,7% (Espanha); e em Nova York, o índice Dow Jones, que apura o desempenho das 30 principais ações cotadas, recuou 1,2%, o Standard & Poor´s, que mede a variação de 500 papéis, caiu em 1,8%, e a bolsa eletrônica Nasdaq, a baixa foi ainda mais acentuada, de 2%. 

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