Toledo: Kroton é símbolo do capitalismo sem risco
Segundo o colunista José Roberto de Toledo, desde que o governo federal começou a mudar as regras de acesso do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), em 2010, ser dono de muitas de muitas faculdades passou a ser o que há de mais próximo ao capitalismo sem risco no Brasil; a Kroton-Anhanguera foi a estrela da festa; obteve do governo federal em 2014 R$ 2 bilhões e viu suas ações valorizarem em 500 % entre março de 2012 e novembro de 2014
247 – Para o colunista José Roberto de Toledo, do 'Estado de S. Paulo', desde que o governo federal começou a mudar as regras de acesso do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), em 2010, ser dono de muitas de muitas faculdades passou a ser o que há de mais próximo ao capitalismo sem risco no Brasil.
De 2010 até 2014, o custo do programa cresceu 13 vezes - saltou de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões, em valores corrigidos, segundo o Estadão Dados. Por outro lado, a média anual de aumento de alunos nas instituições particulares passou de 5%, entre 2003 e 2009, para 3% de 2010 até 2013.
A explicação para a dispara de gastos está no incentivo de faculdades a alunos já matriculados a entrar no Fies para não pagar as mensalidades, como forma de evitar atrasos ou a inadimplência.
A Kroton-Anhanguera foi a estrela da festa. A empresa que mais recebeu pagamentos do governo federal em 2014 obteve R$ 2 bilhões - o dobro do que a Embraer, fabricante de aviões militares. As ações da Kroton tiveram uma valorização de mais de 500 % entre março de 2012 e novembro de 2014. Ao mesmo tempo, o Ibovespa caiu 18%.
