Tucanos querem investigar BTG na CPI da Petrobras

247 – Um dos empresários mais poderosos do País, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, pode ganhar um papel de destaque da CPI da Petrobras. Isso porque, no fim do ano passado, ele comprou, por US$ 1,5 bilhão 50% de poços da Petrobras na África – ativos que valeriam, pelo menos, o dobro, segundo avaliações de bancos independentes.

"Dois bancos de primeira linha errarem grosseiramente em suas avaliações é algo muito incomum. E vender os ativos a um valor 50% menos do que a avaliação mínima de US$ 3,16 bilhão é um forte indício de que Petrobras sofreu prejuízo", disse o deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) nesta tarde.

"A venda dos blocos de exploração na África foi mais um péssimo negócio para a Petrobras, que provocou perda bilionária para a empresa brasileira, assim como a compra de Pasadena. Essas negociações precisam ser esclarecidas pela Petrobras e também pela presidente Dilma, que tem responsabilidade sobre essas operações. Ela foi presidente do Conselho de Administração, aprovou Pasadena, e acompanhou essas negociações na África", disse Imbassahy, que classificou o negócio como uma “caixa-preta”. Ele afirmou que pedirá esclarecimentos também do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

A operação do BTG Pactual na África foi noticiada neste fim de semana pela Folha de S. Paulo (leia mais aqui). Não se sabe ainda se a intenção do PSDB de investigar a operação atingirá o banqueiro André Esteves. Isso porque, desde o fim do ano passado, ele se distanciou do PT e estreitou suas conexões com os tucanos. Chegou até a promover um evento em Nova York, em torno do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG), onde a tônica dos debates foi a "desconfiança" internacional relacionada ao Brasil (relembre aqui).